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Em clima de festa entre amigos, “Popstar” esbanja bajulação na estreia

Mauricio Stycer

09/07/2017 14h47


"Melhor emprego do mundo: ficar aqui só dando estrelinha pros outros". A frase de Tiago Leifert, escalado como um dos "especialistas" que deveriam julgar os candidatos, resume bem o que foi a estreia de "Popstar", novo show de talentos da Globo, lançado neste domingo (09) – uma festa entre amigos.

O concurso, que promete um prêmio de R$ 250 mil ao vencedor, coloca no palco do estúdio celebridades que não têm a música como atividade principal. É um show de calouros incrementado, em que os candidatos são avaliados pelo time de "especialistas" e pelo público, via internet.

A competição tem como estrelas o jornalista Alex Escobar, os atores André Frateschi, Claudio Lins, Eduardo Sterblitch, Érico Brás, Fabiana Karla, Lucio Mauro Filho, Marcello Melo Jr, Mariana Rios, Marcella Rica, Murilo Rosa e Thiago Fragoso, e os apresentadores Sabrina Parlatore e Rafael Cortez.

Com exceção de Marcella Rica, a única "gongada" (e, curiosamente, a menos famosa entre os candidatos), todos os demais foram festejados pelos dez "especialistas" que participaram da estreia. Ao longo dos mais de 60 minutos do programa, gravado previamente, foi possível ouvir apenas quatro críticas aos demais candidatos.

Especialistas do "Popstar": Junior Lima, Samuel Rosa, Pretinho Da Serrinha, Toni Garrido e Hamilton de Holanda (atrás), Ludmilla, Nando Reis, Baby do Brasil, Sophia Abrahão e Tiago Leifert

"A gente tem que ser honesto", disse Samuel Rosa, na contracorrente da bajulação, sobre o que ele chamou de "paródia" de Eduardo Sterblitch. "Você tava brincando com a música", observou Toni Garrido sobre Rafael Cortez. "Uma questão mais técnica mesmo. A afinação que acabou dançando um pouco mais", justificou Junior sobre não votar em Alex Escobar. "A sua emissão não estava adequada para o que você estava falando", disse Nando Reis sobre Murilo Rosa.

A cada edição, novos "especialistas" vão julgar os candidatos. Espero que os próximos sejam um pouco mais rigorosos e provocadores. É desta interação entre candidatos e jurados que sai a diversão de programas deste tipo. Do contrário, "Popstar" será lembrado apenas como um karaokê superproduzido.

Audiência (atualizado em 10/7): "Popstar" registrou média de 13,7 pontos em São Paulo. Como lembra o site Notícias da TV, foi um resultado fraco para o horário – a pior estreia da Globo na faixa das 13h dos domingos neste ano, atrás de "Tamanho Família" (que começou com 14,1 pontos) e "The Voice Kids", que estreou com 15,9.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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