Ousada, mas irregular, “Vade Retro” não convenceu nem mesmo a Globo
Longe da TV aberta desde "O Dentista Mascarado", um dos grandes fracassos da Globo em 2013, Alexandre Machado e Fernanda Young ganharam nova chance em 2017. O resultado não foi, em matéria de audiência, tão frustrante quanto o da série protagonizada por Marcelo Adnet, mas ainda assim "Vade Retro" ficou longe de representar uma volta por cima.
Encerrado nesta quinta-feira (29), depois de 11 episódios, o novo trabalho de Machado & Young não vai deixar maiores saudades. Provocou algumas boas risadas, é verdade, mas ficou mais uma vez no meio do caminho. Entre a boa intenção e o resultado frustrante, não conseguiu envolver o espectador no mundo fantástico imaginado.
Repleto de referências "espertas" e trocadilhos infames, protagonizado por personagens sem glamour algum, "Vade Retro" repetiu "O Dentista Mascarado" tanto no que teve de positivo quanto negativo. Foi louvável a tentativa de fugir do óbvio, mas frustrante a incapacidade de ir além da colcha de retalhos e construir uma história mais orgânica.
Monica Iozzi no seu primeiro papel como protagonista de uma ficção na emissora foi um dos maiores prazeres de "Vade Retro". O outro foi Tony Ramos, esbanjando versatilidade no papel de Abel Zebu, o diabo em carne e osso.
A atitude da Globo diante da série de Machado & Young sinaliza uma certa decepção. Depois de quatro episódios exibidos na sequência de "A Força do Querer", a emissora inverteu o horário de "Vade Retro" com o da supersérie "Os Dias Eram Assim", jogando-a para o fim de noite.
Estes primeiros quatro episódios registraram média, em São Paulo, de 18,67 pontos. Já os outros seis, no novo horário, ficaram em 13,15 – uma perda de 30%.
Sem considerar o capítulo final, a série alcançou uma média geral de 15,36 pontos, bem melhor que a média de "O Dentista Mascarado", na faixa de 12 pontos.
Se, em 2013, o diretor José Alvarenga culpou o público ("os paulistas odiaram a gente") pelo fracasso da série com Adnet, desta vez o diretor Mauro Mendonça Filho não vai ter muito o que dizer, a não ser que queira saber por que a Globo mudou a série de horário após quatro episódios.
Muito mais ousada e provocativa do que "Os Dias Eram Assim", apesar dos seus altos e baixos, "Vade Retro" talvez tenha sido um experimento inadequado para a TV aberta dos dias atuais.
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