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Com sotaque paulistano, “Malhação” tem melhor resultado no Ibope em 10 anos

Mauricio Stycer

12/06/2017 05h01


"Viva a Diferença", a mais recente temporada de "Malhação", completou um mês no ar com várias "diferenças" em relação ao que o público adolescente estava habituado a ver no horário.

Primeiro, não há uma protagonista. O tema central, a discussão sobre diversidade, é abordado a partir da realidade de cinco amigas de diferentes origens.

Segundo, como o crítico Nilson Xavier observou, são nítidas as inovações em matéria de conteúdo e forma – a começar pelo texto, escrito pelo experiente e competente Cao Hamburger.

Com o criador do "Castelo Rá-Tim-Bum" à frente da novela adolescente da Globo, veio outra mudança muito importante – a ambientação da trama finalmente deixou o Rio, depois de 24 temporadas, e se mudou para São Paulo. O sotaque paulistano foi incorporado sem afetação com a presença no elenco de inúmeros atores radicados na cidade.

O Ibope está reagindo a estas novidades de forma mais do que positiva. Dados do Painel Nacional de Televisão (PNT), que reúne 15 grandes centros urbanos, mostram que este primeiro mês de "Viva a Diferença" registra média de 22 pontos (cada ponto equivale a 688 mil indivíduos). Trata-se do melhor resultado em 10 anos do programa, se comparado com o mesmo período das temporadas anteriores.

Em São Paulo, como seria de se esperar, 'Viva a Diferença' cresceu e acumula média de 20 pontos (e 35% de participação), recorde desde 2007. Mas mesmo no Rio, que deixou de ser a cidade onde se passa a história, o resultado também é bom: média de 23 pontos (com 40% de participação), índice que não era alcançado desde 2009.

A Globo festeja números ainda mais altos em algumas cidades, como Recife (média de 29 pontos), Porto Alegre (28) e Florianópolis (27 pontos).

Em comparação à temporada anterior, "Viva a Diferença" apresenta um crescimento de 2 pontos (+ 10%) no PNT. Em São Paulo, o crescimento também é de 2 pontos (+11%).

Cao Hamburger destaca, com razão, a qualidade do elenco ao tentar explicar a razão destes bons números de audiência. "Vai desde a escrita dos capítulos até a produção e a direção, além do elenco talentosíssimo, carismático e comprometido", observa.

E o diretor Paulo Silvestrini promete: "Tomara que o público continue com a gente porque ainda tem muita coisa pra acontecer".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.