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Com audiência “ioiô”, Os Dias Eram Assim cai 10 pontos de um dia para outro

Mauricio Stycer

09/06/2017 05h01


A decisão de inverter o horário de "Os Dias Eram Assim" e "Vade Retro", às quintas-feiras, teve um efeito imediato sobre a audiência da novela das 23h – ela saiu de uma média semanal de 16 pontos para uma média de 22 pontos, em São Paulo, num intervalo de 14 dias. É um fenômeno, de fato.

Mas há um outro efeito, menos comentado, desta mudança. "Os Dias Eram Assim" agora é exibida, de forma alternada, em dois horários: às segundas e quintas, vai ao ar depois de "A Força do Querer"; às terças e sextas, mais tarde, depois de "Mister Brau" e "Globo Repórter".

Isso transformou a audiência da novela das 23h (ou "supersérie", como prefere a Globo) num verdadeiro ioiô. Nos dias em que vai ao ar mais tarde, há uma perda imensa de público. Veja, por exemplo, os números da última semana:

Segunda (29/4) – 27,5 pontos
Terça (30/4) – 17
Quinta (1/5) – 24,7
Sexta (2/5) – 18,4

De segunda para terça, a novela perdeu 10,5 pontos. Como cada ponto no Ibope, em São Paulo, equivale a 199.309 indivíduos, é possível dizer que "Os Dias Eram Assim" perdeu 2 milhões de espectadores de um dia para o outro. E de quinta para sexta, perdeu 1,25 milhão.

Isso explica por que o "Vídeo Show" tem exibido resumos tão longos da novela. É uma maneira de tentar manter parte do público – o que só assiste às segundas e quintas – a par do que acontece nos outros dias.

É o caso de se pensar, também, se parte desta audiência das segundas e quintas não ocorre pelo hábito de deixar a TV ligada. Porque é difícil imaginar que um espectador assista apenas duas vezes por semana uma novela que vai ao ar em quatro dias.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.