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Candidata tira chefs do sério ao sugerir que “MasterChef” segue um roteiro

Mauricio Stycer

31/05/2017 01h00

Como outras versões ao redor do mundo, o "MasterChef Brasil" é uma competição culinária com um componente teatral muito forte, proporcionado pelos jurados.

Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça garantem a diversão do público, desde 2014, com performances estridentes – um mix de grosserias, mau humor, lições de auto-ajuda e charme.

Neste formato, os candidatos são meros coadjuvantes. Eventualmente, um ou outro encontra um jeito de aparecer mais, seduzindo ou irritando os espectadores. Mais raro ainda, um ou outro consegue tirar os jurados do sério – e do script.

Nesta temporada, o papel de "patinho feio" coube à pesquisadora Caroline Martins. Ela já havia causado ruído em sua primeira passagem pelo programa e, nesta terça-feira (30), ao participar da repescagem, provocou um curto-circuito sensacional.

"Quanta palhaçada", ela reclamou, em voz baixa, mas não tanto, depois de ouvir a avaliação que o seu porco caramelizado com curry ficou muito doce. "E agora, vocês acreditam nas minhas teorias?!", disse, sugerindo que o destino de todos os candidatos – os vencedores e os perdedores – já estava previamente traçado. E ainda usou uma palavra, "plot twist" (reviravolta), característica de programas roteirizados, para dizer que tudo seguia um rumo anteriormente estabelecido.

Fogaça entendeu que era necessário confrontar a irreverência de Caroline: "Você está à vontade aqui, hoje?". E ouviu a resposta mais desaforada: "Na verdade, eu não queria vir nessa repescagem", respondeu ela. "Quer ir embora? Demorou! Pode ir! Um, dois, três, vaza", convidou o chef, manifestando estar ofendido (veja acima).

Paola também entrou em cena e fez um longo discurso: "Você dá risada a cada comentário que a gente faz. Com todo o respeito, o nosso trabalho é sério. Nenhum de nós vai colocar a credibilidade em jogo".

Diante da surpresa geral, a chef argentina prosseguiu, solando: "Ninguém te obrigou a fazer a inscrição. Ninguém te obrigou a participar e vir. É bastante incômodo para o resto dos participantes e para nós, que a cada comentário ou avaliação que fazemos, você vira a cabeça. Acho uma pequena falta de respeito".

Ao anunciar o resultado, Fogaça teve o prazer de dizer: "Caroline, veio com uma nuvem negra na cabeça. Pior prato! Tá bom? Só pra saber". Ela respondeu: "Tá." Um pouco fora do tom, ele replicou: "Demorou! Tamos aí".

Paola, igualmente, achou necessário se explicar: "Não tomem os nossos comentários como ofensas. Às vezes, a gente provoca um pouco. Faz parte. Por mais que você não acredite, a gente gosta de você, Caroline". A candidata não disse nada.

Acompanhando o programa pelo Twitter, é visível como a maioria dos espectadores se incomoda com a insolência da participante e se solidariza com os chefs.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.