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Chamado de “sujo” por Trump, apresentador de talk show festeja: “Eu ganhei”

Mauricio Stycer

13/05/2017 10h37

A eleição de Donald Trump teve um efeito curioso sobre os dois principais talk shows da TV americana. Com mais interesse pela política e um viés crítico ao presidente, Stephen Colbert, à frente do "Late Show", na CBS, inverteu nos últimos meses a curva de audiência e superou Jimmy Fallon, que faz do seu "Tonight Show", na NBC, um programa mais leve e cheio de brincadeiras.

Atormentando Trump com piadas e ironias desde o período eleitoral, em 2016, Colbert esta semana foi "premiado" com duas ofensas. Em entrevista à revista "Time", o presidente chamou o apresentador de "sem talento" e "sujo".

Colbert festejou (veja no vídeo acima): "O presidente dos Estados Unidos veio pessoalmente pra cima de mim e do meu programa, e só há uma coisa a dizer: hehehe! Mr. Trump, o senhor não entende de muita coisa, mas eu nunca pensei que uma delas fosse show business. O senhor não sabe que há um ano eu venho tentando fazer o senhor dizer o meu nome? E o senhor foi muito contido, admiravelmente contido, mas agora fez isso. Eu ganhei!"

O sucesso do talk show de Colbert premia o investimento na relevância, em contraste com a aposta no entretenimento, de Fallon. Ao entrevistar Trump, em setembro de 2016, brincou de mexer no cabelo do então candidato, mas foi criticado por não fazer nenhuma pergunta mais difícil a ele.

Este contraste entre dois tipos de talk shows está se configurando também no Brasil, hoje. "Conversa com Bial" (Globo) busca, claramente, ter uma importância que "The Noite", com Danilo Gentili (SBT), e "Programa do Porchat" (Record) não parecem preocupados em alcançar.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.