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Theo Becker: “Criei um monstro na Fazenda e esse personagem se tornou real”

Mauricio Stycer

15/04/2017 05h01

Encerrado o "BBB17", convido o fã de reality show a assistir a esta entrevista de Theo Becker ao "TV Fama", da RedeTV! (veja no vídeo acima). Assistente de palco do "Planeta Xuxa", em 2001, ator sem maior destaque em meia dúzia de novelas, ele participou da primeira edição de "A Fazenda", em 2009.

Theo Becker foi o que se pode chamar de "o vilão" do programa. Agressivo, afetado, jeito de maluco, ofereceu um tipo de entretenimento que faz a alegria de parte dos espectadores, ao mesmo tempo em que provoca repulsa em outra parcela do público.

Como seria de se esperar, saiu da "Fazenda" com alta rejeição e nunca mais conseguiu um papel em novela na televisão – nem mesmo na Record, que o havia contratado para "Os Mutantes" (2008) e, depois, o levou para o reality show.

Theo Becker já tentou de tudo – fez pontas em programas humorísticos, foi humilhado no "Pânico", se lançou como cantor e recebeu 421 votos ao se candidatar a uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio, em 2016.

"O personagem (da Fazenda) se tornou real. Quero só desconstruir primeiro o personagem. Respirar", disse Becker à repórter Marcela Buzelin, do "TV Fama".

Em dois momentos que me chamaram muito a atenção, o ator deixa transparecer certo desespero.

"Eu tive a capacidade de criar um monstro. Eu criei um monstro na televisão. Nestes anos todos, tem a chamada: 'Esse aqui é irmão desse!' Não tem um papel pra apagar aquilo? Ou ajudar a equilibrar?", pede.

"Já me senti rejeitado por muito tempo por causa do monstro que eu não sou. Eu queria que as pessoas aceitassem que foram enganadas por mim. Agora eu tô dizendo que acabou".

Participar de reality show pode não ser uma brincadeira.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.