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Record festeja recuperação de parte da audiência perdida sem TV paga

Mauricio Stycer

07/04/2017 12h06


Os números do Ibope relativos a esta quinta-feira (06) em São Paulo mostram sinais de recuperação da audiência perdida pela Record desde o último dia 29, quando o sinal da emissora foi suspenso das principais operadoras de TV paga.

Cerca de 35% da audiência da Record em São Paulo era registrada via TV paga. Foi justamente dessa magnitude a perda observada nos dias seguintes ao corte do sinal da emissora dos pacotes de Net, Sky, Claro e Oi.

Não há como afirmar com certeza, mas os números desta quinta-feira sugerem a possibilidade de que parte dos espectadores, no intervalo de uma semana, tenha se adaptado ao corte do sinal da emissora nas operadoras.

É verdade que a quinta-feira chuvosa na cidade impactou, de maneira positiva, todos os índices – houve um crescimento no número de aparelhos ligados de 48% para 49,9%, uma elevação de 4%.

Mas a recuperação da Record vai além disso. Na média do dia, a emissora registrou 6,6 pontos – uma semana antes, imediatamente após a saída da TV paga, a média havia sido de 5,2 (um crescimento de 27%). Registre-se que o número ainda está abaixo da média anterior à ruptura com as operadoras: nas quintas-feiras anteriores de março, a média do dia da emissora foi de 8,1 pontos.

Alguns programas registraram crescimento acima da média nesta quinta-feira. O "Fala Brasil" foi de 4,6 pontos (em 30 de março) para 6,5 uma semana depois, um crescimento de 41%. Nas quintas anteriores, a média do programa foi de 6,4.

O "Hoje em Dia" foi de 3,8 (em 30/3) para 5,5 nesta quinta, um aumento de 45%. E também 10% acima da média das outras quintas-feiras de março, que foi de 5 pontos.

O "Balanço Geral", igualmente, subiu de 5,5 para 6,9 pontos (+ 26%). Mas ainda está abaixo da média do dia em março, que é de 8,8 pontos.

Por fim, "O Rico e Lázaro" registrou um pequeno crescimento entre uma quinta-feira e outra, indo de 8,8 pontos para 9,5 (+ 9%). A perda, neste caso, ainda segue considerável em relação às médias das quintas-feiras de março, que era superior a 12 pontos.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.