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SBT veta publicidade de camisa feita por repórter; outros canais também proíbem

Mauricio Stycer

09/02/2017 14h40

reportersbtpublicidade4Por uma questão ética, jornalistas costumam ser proibidos de fazer campanhas publicitárias. Entende-se que ao emprestar sua imagem a uma marca, o profissional coloca em questão a credibilidade das notícias que relata ou escreve.

Esta é uma regra que vale para profissionais de todas as mídias – televisão, impresso e internet. Uma exceção se abriu, nos últimos anos, para jornalistas de TV que atuam fora do ambiente jornalístico, em programas de entretenimento.

Por este motivo, chamou a atenção esta semana uma foto postada pelo repórter Darlisson Dutra, do SBT, em suas contas no Instagram e Facebook, tecendo loas a uma camisaria. Segurando uma folha de papel e o microfone da emissora, ele escreveu: "Todo o segredo do jornalista tá nesse papel aí chamado pauta. Não revelo pra ninguém. Rs O segredo que posso contar é como virar modelo…" Vinha então o elogio à marca que o contratou.

Procurado pelo blog, o SBT informa que os jornalistas da emissora não podem fazer publicidade. Darlisson Dutra foi orientado a respeito e nesta quinta-feira (9) cortou a frase em que divulgava as qualidades da marca de camisa.

Como é em outras emissoras

A Record proíbe que apresentadores e repórteres de seus telejornais convencionais façam publicidade – os de programas híbridos, com um pé no entretenimento, como o "Balanço Geral", podem fazer merchan.

Na Band vale o mesmo critério: repórteres e apresentadores de telejornais estão proibidos de fazer publicidade ou merchan. Mas uma jornalista como Ana Paula Padrão, apresentadora do "MasterChef", pode.

O código de conduta da Globo proíbe que seus jornalistas, atuando em programas jornalísticos, façam comerciais. Mas permite que eles participem de eventos institucionais dirigidos a um público restrito das empresas que os contratam.

Esta regra não vale para o time de profissionais que migrou para o entretenimento, de Pedro Bial a Fátima Bernardes, passando por Tiago Leifert, Patricia Poeta e Zeca Camargo – eles podem fazer publicidade livremente.

A RedeTV! é uma exceção. A emissora não proíbe que jornalistas participem de campanhas publicitárias ou representem marcas comerciais, desde que feitas fora dos programas em que atuam.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.