Topo

Público festeja a “libertação” de Roberto, que volta a cantar “inferno”

Mauricio Stycer

23/12/2016 23h51

Foi necessário esperar até 2016, esse ano difícil e interminável, para ouvir Roberto Carlos voltar a cantar "Quero que Vá Tudo pro Inferno", musica de 1965, vetada em seu repertório desde a década de 80.

Quando, finalmente, o músico informou ter se livrado do transtorno que o impedia de pronunciar a palavra maldita, o público foi ao delírio. Como se o Rei tivesse marcado um gol – e foi mesmo.

"Não me lembro mais quando foi a última vez que cantei essa música. Faz muito tempo realmente. De repente os amigos insistiram e comecei a tratar o TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Melhorei um pouco e ensaiei cantando pela metade, mas aí tratei mais um pouco e resolvi cantar tudo", disse o cantor.

robertomarisamontePara quem faz praticamente o mesmo especial desde 1974, a "libertação" de Roberto foi o ápice de um show com bons momentos musicais. Em especial, registre-se a parceria com Marisa Monte em "De que Vale Tudo Isso" e "Ainda Bem". Também sobrou emoção no encontro com Caetano e Gil, este bem abatido, para cantar "Coração Vagabundo" e "Marina".

Bem básico, o show intitulado "Simplesmente Roberto" contou, ainda, com participações de Zeca Pagodinho, Jennifer Lopez e Rafa Gomes, cantora-mirim revelada no "The Voice Kids" no início do ano.

Ainda que Roberto tenha conseguido exorcizar "que vá tudo para o inferno", não faltou o contraponto de "Jesus Cristo" para, como de hábito, encerrar o show.

Audiência: "Simplesmente Roberto" registrou 21,8 pontos em São Paulo. Foi a segunda maior audiência do dia, só inferior à de "A Lei do Amor" (22,7) e alguns décimos a mais que o "Jornal Nacional" (21,6).

Veja também
Roberto Carlos fala de TOC e canta "Que Vá Tudo Pro Inferno" em especial

Siga o blog no Facebook e no Twitter.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.