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Netflix cancela “Marco Polo”, uma das séries mais caras já realizadas

Mauricio Stycer

13/12/2016 00h40

marcopolonetflix
Depois de duas temporadas, a Netflix anunciou que não vai renovar "Marco Polo", um dos maiores investimentos que a empresa já fez em produções próprias. Os primeiros dez episódios foram lançados no final de 2014 e a segunda temporada foi ao ar em julho deste ano.

Estima-se que a primeira temporada, com dez episódios, tenha custado cerca de US$ 90 milhões – um orçamento só inferior a "Game of Thrones", da HBO. "Marco Polo" recria livremente as aventuras do comerciante veneziano pela Rota da Seda, na Ásia, onde permaneceu por 24 anos, entre 1271 e 1295.

A série foi o primeiro grande investimento da Netflix em busca de uma audiência global, para além do mercado americano. Em um texto para a "Folha", em dezembro de 2014, escrevi:

"Marco Polo" busca atingir o grande público, o que não é demérito algum, mas faz isso com a mesma falta de leveza dos exércitos de Kublai Khan. A série abusa de clichês, exageros visuais, tramas forçadamente intrigantes, muito nonsense, além de um vilão bizarro, o poderoso chanceler chinês, que explica o mundo com a ajuda de grilos.

O cancelamento mostra que o objetivo de conquistar novos mercados com "Marco Polo" não deve ter alcançado o custo-benefício esperado.

Investindo em produções próprias desde 2013, a Netflix tem pouca tradição em cancelamentos. Este ano, porém, desistiu de prosseguir investindo em "Bloodline". No ano passado, cancelou "Lilyhammer" e "Hemlock Grove".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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