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“A Lei do Amor” muda às pressas para tentar manter a melhor média semanal

Mauricio Stycer

05/12/2016 12h49

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O relato de mudanças feitas às pressas nos capítulos de "A Lei do Amor" que vão ao ar a partir desta segunda-feira (5) tem uma explicação: a novela das 21h da Globo alcançou, na semana passada, o seu melhor resultado, superior até ao da semana de estreia.

Lançada em 3 de outubro, "A Lei do Amor" registrou média de 27,55 pontos em São Paulo ao final dos seus primeiros seis capítulos. Essa média foi caindo até chegar a 24,7 na semana entre 14 e 19 de novembro. Na semana seguinte, a novela melhorou um pouco e retornou à média de 25,5.

leidoamorgraficoaudienciasemanalAté que, impulsionada pela excelente audiência do "Jornal Nacional" na semana passada, a novela das 21h deu um salto. Na terça-feira (29), dia da tragédia com o avião da Chapecoense, registrou 29,9 pontos. Na quarta (30) marcou 29,2 e na quinta voltou a 29,9. Na média semanal, ficou com 27,9 – alguns décimos a mais que a média da primeira semana.

Segundo o site Noticias da TV, as mudanças na novela foram promovidas de uma hora para a outra e já serão notadas no capítulo desta segunda-feira. O objetivo é tornar Tião (Jose Mayer) um vilão ainda mais odiado (leia aqui).

As novidades incluem, como sempre ocorre nestas situações, mudanças nos perfis de alguns personagens. Salete (Claudia Raia) perderá o medo que vem demonstrando até agora. Sua filha Jessica (Marcella Rica) vai virar heroína. E o médico Bruno (Armando Babaioff) vai mudar de lado e se tornará inimigo de Tião.

Outras tramas, menos importantes, serão deixadas de lado, segundo o relato de Márcia Pereira, para serem retomadas mais para frente.

É bem provável que, sem o impulso dado pelo noticiário da semana passada, a audiência de "A Lei do Amor" registre uma queda esta semana. O objetivo das mudanças é, claramente, tentar manter a tendência de crescimento ou, ao menos, deixar a novela em um patamar melhor de audiência.

Novelas são "obras abertas" justamente por esta possibilidade de corrigir rumos e tentar "responder" aos anseios do público. É sempre preocupante quando estas mudanças alteram drasticamente a história ou subvertam a lógica.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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