Com não-entrevista ao RJTV, Crivella parte para conflito aberto com a Globo
Candidato à Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella (PRB) deixou explícito, nesta terça-feira (25), que enxerga a Globo como adversária de sua campanha. Em um "ato de protesto", como classificou, faltou a três compromissos que tinha com veículos do grupo – em rádio, TV e internet, acusando-o de estar fazendo uma "cobertura manipuladora e tendenciosa" da sua campanha.
Na lugar da entrevista que seria vista pelo maior público, no "RJ TV segunda edição", às 19h30, a apresentadora Ana Luiza Guimarães exibiu uma poltrona vazia e leu, por quase seis minutos, as duas dezenas de perguntas que planejava fazer a Crivella.
Também leu a nota enviada pelo candidato, justificando a sua ausência, e uma resposta oficial da Globo às críticas. "Essa postura independente de fato irrita aqueles que preferem, em benefício próprio, que a imprensa se cale, em prejuízo dos eleitores, que tudo devem conhecer para fazer seus julgamentos", disse a apresentadora. No total, foram nove minutos de exposição negativa para Crivella.
Líder nas pesquisas, o candidato certamente sabia do impacto que a sua ausência causaria. O gesto envolve um cálculo difícil de fazer sobre o que é menos danoso – se expor a perguntas difíceis ou deixá-las sem resposta, acusando a emissora de estar querendo prejudicá-lo.
Várias das perguntas não feitas diziam respeito à ligação de Crivella com a Igreja Universal, a posições conservadoras, intolerantes e preconceituosas que defendeu no passado e à mistura de religião com política. A igreja é liderada por Edir Macedo, seu tio, também proprietário da Rede Record, a principal concorrente da Globo.
É impossível, por isso, não ver na atitude de Crivella um reflexo, também, desta disputa entre as duas emissoras. E a sua crença de que explicitar este conflito pode ser benéfico para a sua candidatura.
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