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Estreia de “A Lei do Amor” tem impacto positivo sobre “A Terra Prometida”

Mauricio Stycer

10/10/2016 12h31

terraprometidajosueexercitoUma análise dos números do Ibope em São Paulo nas últimas duas semanas aponta um curioso fenômeno de transferência de audiência da Globo para a Record no horário nobre.

Entre 26 e 30 de setembro, o "Jornal Nacional" registrou média de 28,82 pontos. Na sequência, os últimos cinco capítulos de "Velho Chico" alcançaram uma média de 33,5 pontos. No mesmo período, a novela "A Terra Prometida", que enfrenta os dois programas, teve média de 13,66.

A semana seguinte, entre 3 e 7 de outubro, registrou números bem diferentes. A média do "JN" foi de 27,18 pontos (perda de 6%), enquanto a estreia de "A Lei do Amor" ficou com média de 28,04 (queda de 16%). Já "A Terra Prometida" fechou com média de 14,6 (crescimento de 7%).

Esta foi a melhor média da novela bíblica da Record desde a penúltima semana de agosto, quando exibiu a cena da abertura do rio Jordão. E este bom resultado ocorre em um momento que a história promete mais emoções. A partir da semana que vem (capítulo 74), terá início, finalmente, o cerco a Jericó e a invasão da cidade pelo exército de Josué.

Esta cena foi exibida no primeiro capítulo da novela, como um preâmbulo. A trama, então, retrocedeu alguns meses, para contar a história que antecedeu àquela batalha.

Desde então, foram 13 semanas (ou 70 capítulos) de muita enrolação e pregação religiosa, como escrevi, com historinhas de amor, inveja, ciúme, além de intrigas familiares e fofocas entre vizinhos. Destinadas a preencher o tempo, ocupar parte do elenco feminino e, eventualmente, fisgar o espectador fã de melodrama, essa parte da novela tem se arrastado de forma tediosa.

A estreia de uma nova novela sempre implica em queda de audiência (veja aqui). É normal e esperado. A questão a avaliar nas próximas semanas é se "A Lei do Amor" será afetada pela tendência de crescimento de "A Terra Prometida". A esperança da Record é que se repita o fenômeno visto em 2015, quando "Os Dez Mandamentos" deu um salto de audiência aproveitando, entre outros motivos, o mau início de "Babilônia" e, posteriormente, de "A Regra do Jogo".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.