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Quinta edição em três anos, novo MasterChef tem “profissionais” só no nome

Mauricio Stycer

05/10/2016 06h01


Sem medo de esgotar o filão e a paciência do espectador, a Band estreou nesta terça-feira (04) o "MasterChef Profissionais". Trata-se da quinta edição do programa exibida no intervalo de apenas três anos.

A competição foi o grande lançamento da emissora em 2014. O bom resultado comercial e o sucesso de audiência levaram a Band a promover não apenas uma segunda edição em 2015, como também uma versão "júnior".

Este ano já houve a edição tradicional, mais longa do que o habitual, entre 15 de março e 23 de agosto, com 25 episódios, e agora teremos esta, restrita a cozinheiros profissionais, em 12 episódios.

É verdade que as provas pareceram mais difíceis, mas o grande diferencial do novo programa revelou-se, ao menos na estreia, uma falácia. Apesar de se apresentarem como cozinheiros com experiência, a maioria dos candidatos demonstrou falta de conhecimento em questões elementares.

Foi engraçado ver uma candidata não fazer ideia do que é comida mediterrânea ou um chef não se preocupar em limpar camarão, entre outros vacilos inaceitáveis em uma cozinha profissional, de fato.

O trio de jurados permanece o mesmo desde a estreia. Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça são ótimos personagens para um programa de televisão, com seus cacoetes e gestos agressivos. A chef argentina foi quem mais brilhou nesta terça já que coube a ela chefiar quatro candidatos numa prova eliminatória.

Foi, aliás, o melhor momento da noite. Paola bateu boca com um dos cozinheiros, se irritou, fez caretas, gritou… Deu show, enfim. Palmas para ela. Afinal, é para ver cenas como essa que assistimos ao "MasterChef".

Em momento algum, porém, o "profissionais" do título do programa fez alguma diferença. Foi apenas mais um episódio — com candidatos, em sua maioria, desajeitados e intimidados — que os fãs estão acostumados a ver já há três anos.

Audiência: O primeiro episódio do "MasterChef Profissionais" registrou média de 7 pontos em São Paulo, a melhor estreia de todas as temporada. Exibido entre 22h21 e 00h31, o programa alcançou 8 pontos no momento de pico. A Band chegou a ficar na liderança por 5 minutos.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.