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Após mau resultado “previsto” na Rio-2016, Record revê planos olímpicos

Mauricio Stycer

23/08/2016 16h29

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Os Jogos Olímpicos do Rio provocaram efeito em cascata sobre a grade da Record – perdeu audiência em todos os horários, inclusive nas faixas em que não exibiu competições esportivas. Até mesmo a novela biblica "A Terra Prometida", responsável pelos maiores números da emissora, registrou perdas.

A Record diz que o mau resultado estava previsto antes mesmo do início dos Jogos. É difícil estimar o quanto atrapalhou, mas é evidente que a perda de dois profissionais importantes, Mauricio Torres (morto em 2014, aos 43 anos) e Álvaro José (foi para a Band), foi sentida.

Mas o fator principal diz respeito aos direitos de transmissão, divididos na TV aberta com a Globo e a Band. Temendo, por antecipação, esta concorrência, a Record colocou um pé no freio nos seus investimentos. Isso foi visível já na cobertura modesta dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015.

Ao não preparar o espectador para 2016, a Record sentiu ainda mais claramente o impacto da concorrência com a Globo. A emissora entende que não tem condições de concorrer exibindo um mesmo evento – a desistência da Band de exibir o Brasileirão seria exemplar desta mesma dificuldade.

Os direitos exclusivos que adquiriu para os Jogos de Londres, em 2012, motivaram coberturas caprichadas não apenas do evento, em si, mas também dos Jogos Pan-Americanos, em Guadalajara, em 2011, e dos Jogos de Inverno, em Vancouver, em 2010.

A Record é dona dos direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima (Peru). Para a TV fechada, a emissora já repassou os direitos, como fez em 2015 (Toronto), para o SporTV, do Grupo Globo.

O planejamento para os Jogos de 2020, em Tóquio, ainda não foi feito, o que significa dizer que a emissora deverá fazer uma cobertura bem modesta da próxima Olimpíada. Já sobre o Pan de Lima, a Record informa não ter planos de repassar os seus direitos para outra emissora de TV aberta.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.