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Ao explicar crítica a Neymar, Galvão parece gerente de comunicação do COI

Mauricio Stycer

11/08/2016 09h17

Galvão Bueno ficou tão grande que não cabe mais chamá-lo de narrador. Em eventos que envolvem a seleção brasileira, já estamos acostumados a vê-lo se colocar na posição de torcedor número 1 do país. Mas ele é mais que isso. É também vidente, psicólogo, pai de atleta e, não menos importante, a voz da Globo.

Todo esse imbróglio envolvendo o time de Micale nos Jogos Olímpicos expõe a confusão que Galvão pode causar ao misturar tantas funções. No seu pronunciamento depois do jogo contra a Dinamarca, ele deu a entender que ficou ofendido com quem enxergou nas suas críticas a Neymar uma defesa da empresa em que trabalha.

"Ninguém em momento algum reclamou que não foi dada uma entrevista à Globo. Quando eu disse que o jogador tem obrigação de falar é que existe um protocolo a ser cumprido. Lá estão as televisões, todas, do mundo inteiro, que têm os direitos de transmissão. Os jogadores têm por obrigação passar por lá e não fizeram correto", disse.

Com estas palavras, Galvão nos ensinou que, durante a Rio-2016, está acumulando mais uma função em seu já vasto rol de atividades. Ele é também gerente de comunicação do COI (Comitê Olímpico Internacional), com a função de defender os interesses não apenas da Globo, mas também da NBC, BBC, CCTV (China) e NHK (Japão), entre outros.

É uma função importante, que os espectadores desconheciam até então, e que ajuda a explicar muita coisa.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.