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Junho é o mês com mais TVs ligadas em São Paulo em dez anos

Mauricio Stycer

01/07/2016 17h17

saopaulofriotvsligadasUm dos efeitos colaterais da crise econômica é o crescimento da audiência da TV aberta. Este fenômeno vem sendo observado já há alguns meses, mas alcançou o seu ponto mais alto agora em junho, talvez impulsionado também pelo frio acima da média no mês.

Desde junho de 2006, quando ocorreu a Copa do Mundo na Alemanha, o percentual de aparelhos ligados, entre 7h da manhã e meia-noite, não chegava a 49% em São Paulo como ocorreu no mês recém-encerrado. Em abril, o percentual havia sido de 47,8% e em maio foi de 48,8%.

Outro dado que mostra este crescimento é o da média semestral, no mesmo horário (das 7h à 0h). O percentual de aparelhos ligados, em média, nos primeiros seis meses de 2016 foi de 47,2% – um índice não registrado desde 1993, pelo menos. No primeiro semestre de 2015, o share foi de 43,9%.

Entre as emissoras, na comparação do share do primeiro semestre de 2015 com o deste ano, entre 7h e 0h, em São Paulo, o maior crescimento percentual foi da Band, que passou de 4,9% para 5,6% dos aparelhos ligados (+ 13%), seguida da RedeTV!, que foi de 1,6% para 1,8% (+ 9%).

No topo da concorrência, quem mais cresceu foi a Record, que passou de um share de 14,6% para 15,8% (+ 8%), seguida da Globo, que foi de 31,7% para 32,1% (+1%). Já o SBT, apesar de ter registrado pequeno crescimento de audiência, perdeu participação, caindo de 14% para 13,6% (-3%). Também os canais pagos perderam share no período, indo de 20,3% para 19,8% (-2%).

O aumento da audiência não é apenas percentual. Anualmente, o Ibope atualiza o número de espectadores por trás de cada ponto percentual em função do crescimento populacional. Em 2016, cada ponto em São Paulo equivale a 69,4 mil domicílios.

Em números de audiência, o mês de junho, em São Paulo, mostra um quadro semelhante ao do mês anterior, com leve vantagem para a Record. Nas 24 horas do dia, a Globo registrou 12,4 pontos de média, uma perda de 3% em relação aos 12,8 de maio. Já a Record fechou com 6,3 (crescimento de 3% em relação aos 6,1 de maio), o melhor resultado da emissora no últimos 6 anos e 5 meses. O SBT marcou 5,7 pontos, contra 5,8 do mês anterior.

No período de 7h à meia-noite, também só a Record cresceu na comparação com os seus dois principais concorrentes. A emissora foi de 7,8 em maio para 8,1 pontos. Globo caiu de 15,6 para 15,2 e o SBT foi de 6,8 para 6,7. A emissora credita os bons números à estreia de "Escrava Mãe" e ao sucesso de "Os Dez Mandamentos".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.