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“Chorei muito” diz Walcyr sobre cena de "Eta Mundo Bom" que bateu recorde

Mauricio Stycer

13/04/2016 16h08

uolvetvwalcyrcarrascoO encontro de Anastácia (Eliane Giardini) com Candinho (Sergio Guizé) levou "Êta Mundo Bom" a bater o seu recorde de audiência nesta terça-feira. Com 32,4 pontos, a trama de Walcyr Carrasco alcançou o melhor resultado de uma novela das 18h30 desde 2010, quando foi exibido o último capítulo de "Escrito nas Estrelas".

Em entrevista ao UOL, o autor conta sobre como reagiu à cena: "Chorei muito!", diz. Carrasco revela, ainda, que não pretende enrolar o espectador. "Escrevo uma novela que eu gostaria de assistir." Veja abaixo a entrevista:

A que você atribui este sucesso de "Êta Mundo Bom"?
Walcyr Carrasco:
Eu não sou de fazer grandes análises. Quando eu era menino, até antes de aprender a ler, meu pai me levava ao cinema todos os dias. Programa de cinema de cidade de interior, às vezes dois por dia. Vi tudo que podia, passei pelos filmes da Atlântida, com direito a "Oito e Meio", do "Fellini, aos 11, 12 anos. Esses filmes, de um momento do cinema brasileiro, Mazzaropi, Grande Otelo, Oscarito, Ankito, ficaram internalizados dentro de mim. Mas se eles fizeram tanto sucesso na minha infância, a ponto de Mazzaropi ter uma produtora própria, é porque têm um humor universal. E são uma fonte de inspiração para minha novela. Não racional, mas emocional. Mas, é claro, jamais a novela seria sucesso sem um elenco tão maravilhoso e a direção de Jorge Fernando. Essa afinação inteira é fundamental.

etamundobomcandinhoanastaciaA revelação de que Ernesto é uma fraude e o encontro de Candinho com a mãe marcam um momento importante da novela. Parece até um desfecho. Estava previsto ir ao ar neste momento?
Sim, desde o começo. Eu sempre senti que a história não deveria enrolar, gosto de novelas, filmes, livros, onde os acontecimentos sejam intensos. Escrevo uma novela que eu gostaria de assistir.

Estamos chegando no capítulo 75 e, pelo que já foi informado, iremos até depois de agosto. Ou seja, não estamos nem na metade. Imagino que você tenha ainda MUITAS cartas na manga. O que pode adiantar ao público?
Ahhh, eu não sei se tenho tantas cartas na manga. Não dá pra adiantar, porque eu assisto a novela todos os dias e vou escrevendo à medida que vejo os capítulos. É a sensação que ele me proporcionam que me dá novas idéias.

Você já fez alguma alteração significativa na trama em função da resposta do público? A história do núcleo da fazenda cresceu?
A resposta do público foi maravilhosa, não haveria alteração a fazer.

Você concorda que Maria (Bianca Bin) é a protagonista feminina da trama?

No meu jeito de escrever novela, e esta não é a primeira vez, em alguns momentos certos atores comandam a trama, depois a história passa para outro e assim vai. A Bianca Bin está fazendo um trabalho maravilhoso, mas justamente agora estamos entrando firmemente na história de Filomena (Débora Nascimento).

Você teve alguma surpresa positiva neste período que poderia mencionar?

Estou muito feliz, a novela toda é uma felicidade. Adoro escrever para esses atores e para meu diretor, o Jorginho. Escrever com felicidade é tudo que quero na vida. A grande surpresa é que a novela me emociona muito, também como telespectador. No capitulo de hoje (ontem), chorei com o reencontro de Anastacia (Eliane Giardini) com Candinho (Sérgio Guizé). Chorei muito!

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.