BBB16: Twitter virou campo de batalha e, sem querer, tomei parte da guerra
O "BBB16" é um só, mas quem acompanha o reality show com atenção sabe que, na verdade, são vários. Há o programa diário na Globo, o canal 24 horas, o site oficial, os sites independentes, dos quais o UOL é o mais relevante, e as redes sociais, em especial o Twitter.
É neste último que o reality show assume abertamente uma de suas feições mais interessantes e assustadoras. Por natureza, o Twitter é o canal ideal para acompanhar e expressar em tempo real o que cada um pensa sobre o programa e, em especial, sobre os seus participantes.
Verdadeira arena de surdos, o Twitter proporciona, para quem tem paciência, uma análise muito rica sobre como um mesmo programa e os mesmos candidatos são percebidos de formas tão diferentes.
A rede social é sempre divertida em tempos de "BBB", mas algumas edições são mais animadas do que outras. Estou no Twitter desde novembro de 2008 e destaco, em particular, duas edições – a décima e a décima-quarta.
Em 2010, a polarização causada em torno de Marcelo Dourado elevou a temperatura na internet de maneira pesada, com ofensas e ameaças. Já em 2014, por causa de Clara e Vanessa, as discussões foram mais amenas e engraçadas.
A atual edição está superando as anteriores em matéria de frenesi no Twitter. Como já escrevi antes, parte do fascínio causado por Ana Paula deve-se ao fato de ela discutir, ofender e reproduzir preconceitos como se estivesse batendo boca nas redes sociais.
Outra característica da participante, informada pela própria, ouriça ainda mais o Twitter. Ana Paula diz admirar as "vilãs carismáticas" das novelas (já citou Nazaré, Carminha e Atena).
Muitas das brigas no Twitter estão ocorrendo por conta de uma divergência quanto ao significado do que Ana Paula representa. Parte do público a enxerga como uma personagem da ficção – ela é apreciada porque diverte. Outros, entendem que a jornalista mineira dá mau exemplo com seus gestos, falas e atitudes – ela é detestada porque é real.
Para mim, como sempre, não faz diferença quem vai vencer o "BBB". Não torço para ninguém. O meu interesse é pelo programa, pelo fascínio que ele exerce e pela forma como a Globo o edita e apresenta ao público.
Nesta quinta-feira (25), por exemplo, Ana Paula monopolizou o programa da Globo – como tem ocorrido quase diariamente. Depois de observar como a edição a apresentou em confronto com os seus rivais e aliados (Renan, Adélia, Geralda, Ronan e Munik) escrevi no Twitter:
O comentário bateu recordes de reprodução e curtidas – mais de 3 mil, no total. A grande maioria foi de fãs de Ana Paula. Uns poucos, torcedores de outros candidatos, se ofenderam.
Confesso que me arrependi pelo tuite. Minha intenção foi destacar a facilidade com que ela se expressa, em oposição a todos os demais. Mas, ainda que não esteja torcendo pela jornalista mineira, nem que tivesse a intenção de apoiá-la com esta observação, reconheço que o meu comentário engrossa a torcida de Ana Paula. Lamento. E prometo prestar mais atenção.
Abaixo, o momento em que Ana Paula fala das "vilãs carismáticas" que admira:
Veja também
BBB16 no UOL
Meus textos sobre o reality
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