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Acusada de racismo, Tina Fey diz: "Minha nova meta é não explicar piadas"

Mauricio Stycer

25/12/2015 05h01

TinaFeyPrimeira mulher a chefiar a equipe de roteiristas do "Saturday Night Live", um dos mais tradicionais e importantes programas de humor da TV americana, Tina Fey é também criadora da premiada comédia "30 Rock", com Alec Baldwin, exibida entre 2006 e 2013, e mais recentemente de "Unbreakable Kimmy Schmidt", realizada para a Netflix.

Criada em parceria com Robert Carlock, "Unbreakable Kimmy Schmidt" conta a história de uma mulher que passou anos isolada do mundo em um bunker. Ela foi mantida em cativeiro, no interior dos Estados Unidos, por um pastor maluco, que esperava o fim do mundo, mas errou no cálculo da data.

unbreakablekimmy2Após ser libertada, Kimmy (Ellie Kemper) vai morar em Nova York, onde ocorre um cômico "choque de civilizações". Ingênua e feliz, ela se relaciona com tipos tão fora da realidade quanto ela, como a ex-hippie Lilian (Carol Kane), o aspirante a ator Titus (Tituss Burgess) e a madame deslumbrada Jacqueline Voorhees (Jane Krakowski), que a contrata como assistente.

Em um dos episódios, revela-se que esta madame nova-iorquina é descendente de índios, mas esconde sua origem por vergonha. Esta piada, justamente, foi considerada "racista" por espectadores.

Questionada a respeito em uma entrevista à revista Net-a-Porter, Tina Fey deu uma resposta que mostra o seu cansaço com a patrulha do politicamente correto. "Fique longe da internet e você viverá para sempre", disse, chamando a atenção para o exagero da repercussão nas redes sociais.

"A minha nova meta é não explicar piadas. Nós fazemos muito esforço para escrever e elaborar tudo, então, elas (as piadas) precisam falar por si", prosseguiu. Por fim, Tina fez uma observação interessante sobre as cobranças aos humoristas: "Há uma verdadeira cultura de exigir desculpas, e eu estou optando por fica fora disso", disse.

Para quem quiser conhecer mais sobre Tina Fey, recomendo a leitura de "A Poderosa Chefona". No livro, a comediante descreve parte de sua trajetória profissional, incluindo o episódio que a deixou mundialmente famosa, em 2008, quando imitou no "SNL", por algumas semanas, a então candidata a vice-presidente dos EUA, Sarah Palin.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.