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Tipo raro na Globo, Monica Iozzi ri abertamente da emissora

Mauricio Stycer

31/10/2015 13h41

MonicaIozziJoSoaresA entrevista de Monica Iozzi a Jô Soares, exibida já na madrugada deste sábado (31), deixou totalmente claro, para quem ainda tinha dúvidas, como a atriz e apresentadora é um tipo raro dentro da Globo. "Se eu pudesse escolher, Jô, eu preferia trabalhar aqui do que no 'Vídeo Show'", foram as suas primeiras palavras.

Monica ocupou um espaço que se pensava proibido na emissora – o do funcionário que ri e debocha abertamente da própria empresa. Marcelo Adnet também está fazendo isso com o seu "Militante Revoltado" no humorístico "Tá no Ar", mas aquele é um personagem de ficção.

monicaiozzibbb14Vinda do "CQC", Monica estreou na Globo em janeiro de 2014 como "comentarista" do "BBB14" – e foi a melhor participante da edição. Com comentários semanais, ela riu do amontoado de clichês que os "brothers" e "sisters" costumam repetir em cena e, no fundo, mostrou como o próprio programa é uma cretinice. Naturalmente, não voltou no "BBB15".

Ainda em 2014, Monica atuou em "Alto Astral", uma novela bobinha, mas simpática – e não se saiu mal. Foi Scarlet Massimo, a patricinha mimada que se vê obrigada a viver como empregada doméstica para garantir a herança da família.

Como contou a Jô, Monica deve ao diretor Boninho, que a escalou no "BBB", a chance de brilhar no "Vídeo Show". "Na época eu estava fazendo novela e o Boninho me ligou e perguntou: 'Você pode fazer um teste para o Vídeo Show?' Eu disse que sim, né, ele é meu chefe. Já tinha feito "BBB", por que não faria o 'Vídeo Show'?"

monicaiozzitomaraquecaia2015Também sob o guarda-chuva de Boninho, Monica fez uma participação especial antológica no "Tomara que Caia", dando uma sacudida no humorístico. Interagiu com o público, citou o "Sai de Baixo", improvisou, errou, fez menção ao seriado "Chaves", do SBT, e a Xuxa, além de fazer piada com Eri Johnson.

Um dos talentos da atriz é conseguir falar as maiores barbaridades sem alterar a cara séria. No "Vídeo Show", em parceria com Otaviano Costa, tem exercitado muito esta característica, que é desconcertante. Quem vê, fica em dúvida se o comentário sobre determinado ator ou programa é sério ou piada – muitas vezes é as duas coisas ao mesmo tempo.

Na entrevista a Jô Soares, Monica fez isso várias vezes – rindo do diretor Boninho, das condições de trabalho oferecidas pela Globo ("a gente faz o programa num puxadinho"), do "BBB" e, mais importante, de si própria.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.