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Ludmilla faz participação sem sentido em “I Love Paraisópolis”

Mauricio Stycer

06/10/2015 05h01

iloveparaisopolisludmilla

Muita gente critica o fato de "I Love Paraisópolis" contar, em tom de fantasia e lirismo, uma história passada em uma favela. Na minha opinião, isso não é um problema. Acho a novela divertida e inteligente. Temas importantes não são ignorados pelos autores, Alcides Nogueira e Mario Teixeira, mas abordados de forma leve, como pede o horário das 19h30.

Apesar de a história principal ter rendido pouco, como observou Nilson Xavier em seu blog, "I Love Paraisópolis" mantém o interesse graças a uma sucessão de boas histórias paralelas, um grande número de bons personagens secundários e um ótimo elenco.

Os autores têm sabido manter a trama animada – às vezes com boas histórias, às vezes com situações bem malucas e delirantes, mas sempre engraçadas. O caso mais recente foi o da suposta morte de Expedito (José Dumont), que passou um capítulo como "espírito", dando sustos e dicas a outros personagens, antes de sair vivo do caixão.

Por tudo isso, estranhei uma cena totalmente fora do lugar exibida no capítulo desta segunda-feira (05). Promovida pela Globo, a aparição da cantora Ludimilla em "I Love Paraisópolis" não fez sentido nenhum – pareceu uma ação comercial disfarçada.

A cena ocorreu no apartamento de Soraya (Leticia Spiller), depois que ela sai para uma viagem. A cozinheira Urbana (Maria Paula Lima) aproveita a ausência da patroa para convidar Máximo (Danilo Mesquita) a visitá-la. Para sua decepção, o rapaz não vai sozinho. Ao contrário, chega com uma turma, incluindo justamente Ludmilla.

Do nada, no meio da sala, com microfone, a funkeira canta um dos seus sucessos para o pequeno grupo e, em seguida, sai de cena. A história continua, com a chegada do mordomo Junior (Frank Menezes), que expulsa todos do apartamento, incluindo Máximo.

Não que as coisas façam muito sentido em "I Love Paraisópolis", mas mesmo para os padrões da novela esta aparição de Ludmilla foi incompreensível.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.