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Com pauta velha e horário ruim, “Sensacional” não está à altura do título

Mauricio Stycer

20/09/2015 19h17

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Em um horário difícil, com pautas pouco inspiradas e uma apresentadora simpática, mas acanhada, a RedeTV! estreou neste domingo (20) um programa de auditório que entrega muito pouco do que o título – "Sensacional" – promete.

"Musica boa, diversão e informação: a melhor opção para os seus domingos", anunciou a emissora, buscando resumir a atração. Não foi exatamente o que os espectadores viram.

Sob o comando de Daniela Albuquerque, o programa começou com uma espécie de "Arquivo Confidencial" sobre a própria apresentadora, teve música, entrevista e imitação de Valesca Popozuda, trote telefônico em David Brazil, visita a uma creche de cachorros e a transformação do visual de uma manicure sob supervisão de Fabio Arruda. Em resumo, nada surpreendente, especialmente divertido ou original.

Daniela chegou a chorar ao ver o resumo de sua vida, que incluiu a informação de que é casada com Amilcare Dallevo Jr., presidente da emissora. A transparência é elogiável – curiosamente outra apresentadora de destaque na RedeTV!, Luciana Gimenez, é igualmente casada com um sócio do canal, Marcelo de Carvalho.

Como qualquer programa de auditório, "Sensacional" pode crescer se a apresentadora mostrar um carisma especial e se o roteiro e a produção forem capazes de chamar a atenção do espectador — nada disso foi visto na estreia.

Um problema aparentemente grave a superar é o horário. Exibido entre 16h e 17h30, Daniela competiu com futebol (Globo e Band), Rodrigo Faro (Record) e Eliana (SBT). Dados prévios do Ibope (cada ponto equivale a 67 mil residências em São Paulo) apontam que "Sensacional" marcou 0,4 ponto em sua estreia – um resultado muito ruim.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.