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Na reta final, “Babilônia” atropela a lógica e ri do espectador

Mauricio Stycer

21/08/2015 12h02

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Por 135 capítulos de "Babilônia", Regina (Camila Pitanga) sofreu por conta das maldades e dos crimes de Beatriz (Gloria Pires). A vilã matou Cristovão (Val Perré), pai da mocinha, já na estreia, e a partir daí fez de tudo para atrapalhar a sua vida.

Com a novela próxima do final (termina no dia 28), chegou a hora de Beatriz se dar mal. Na penúltima semana, a vilã começou sua descida ao inferno – perdeu o dinheiro, os bens, a confiança da mãe e a presidência da empresa.

Regina poderia também mandar Beatriz para a prisão. Ela está de posse de uma gravação que mostra a vilã combinando com Murilo (Bruno Gagliasso) o assassinato do ex-marido, Evandro (Cássio Gabus Mendes). Em vez de entregar esta prova à polícia, porém, a mocinha procurou a malvadona, que namora seu irmão, Diogo (Thiago Martins), com uma das propostas mais bizarras do mundo.

"Ou você confessa pro meu irmão que matou nosso pai, e tira as tuas garras de cima dele. Ou eu entrego aquela gravação pra polícia e te encrenco de vez na tentativa de assassinato do Evandro, e na morte do Murilo. Decide. Como é que vai ser?"

Ou seja, para Regina se tornou mais importante que Beatriz termine o namoro com seu babiloniakarenirmão do que ajudar a polícia a prendê-la. Difícil de engolir. Os autores da novela parecem estar rindo do espectador.

Outra situação absurda nestes últimos capítulos foi a transformação de Karen (Maria Clara Gueiros). De uma hora para a outra, praticamente do nada, depois de tratá-la mal por uma centena de capítulos, a corretora de imóveis se tornou adorável com Julia (Sabrina Nonata), a filha que Regina teve com Luis Fernando (Gabriel Braga Nunes).

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.