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“MasterChef” é a escolinha dos professores Jacquin, Fogaça e Carosella

Mauricio Stycer

13/08/2015 05h01

masterchefquartetoConsagrado como o principal programa da Band em 2015, o "MasterChef" deve todo o seu sucesso à performance do inspirado trio de jurados, os chefs Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça.

Nesta segunda temporada, ainda mais teatrais do que na primeira, eles têm divertido o público com tiradas engraçadas, broncas homéricas, alguma humilhação e um pouco de bullying em cima dos candidatos.

Em muitos momentos, Paola, Jacquin, Fogaça e a apresentadora Ana Paula Padrão lembram professores escolares diante de crianças assustadas e despreparadas. E transformam a competição culinária numa verdadeira Escolinha do Chef, com direito a shows memoráveis.

Cada um com seu jeito, estilo e personalidade, os professores desta escolinha se parecem muito com alguns mestres da infância e da juventude. Abaixo, como vejo cada um deles:

masterchefpaola2Paola: É aquela professora do primário que tem seus alunos queridos e não consegue disfarçar que quer estrangular outros. "Acho que ela não gosta de mim", disse Aritana após ser eliminada. Só acha? Quem acompanha o programa tem certeza que a chef argentina não curtia o estilo da filha de Oscar Maroni.

masterchefjacquin2Jacquin: Lembra o professor de química, durão, que dá broncas terríveis nos alunos incapazes de compreender as suas lições, mas bebe cerveja e conta piadas depois da aula com os estudantes. Diante do mal ajambrado prato de Lucas, esta semana, o chef francês disse: "Isso aqui é uma palhaçada. Nem vou experimentar." O candidato até riu da grosseria.

mastercheffogacaFogaça: É o professor que faz cara de mau, até grita com os alunos, mas tem bom coração e no final aprova todo mundo. Uma situação típica do mestre de coração mole foi comparar Izabel a Dona Benta, do "Sítio do Picapau Amarelo". Em outro momento comovente, falou da filha Olívia, 8 anos, que se alimenta por sonda e não sente o gosto dos alimentos.

masterchefanapaulamegafoneAna Paula: É como bedel de escola com pedagogia progressista. Provoca medo nos calouros nos primeiros dias, mas depois de uma ou duas semanas ninguém leva mais a sério e a transforma em motivo de piada ('meme', na língua de hoje). Como fiscal de prova, fecha os olhos para quem cola e estende a contagem regressiva até o momento em que todos já terminaram os seus exames. Jamais manda alguém para a diretoria.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.