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“Tomara Que Caia” é encurtado, mas continua sem graça e perde audiência

Mauricio Stycer

27/07/2015 01h28

TomaraquecaiaperisseexbbbEm resposta ao impacto negativo da estreia, o "Tomara que Caia" esboçou algumas mudanças neste segundo episódio, exibido na noite de domingo (26), na Globo. A mais visível foi a duração do programa, encurtada em 15 minutos — foram 59 minutos na estreia, contra 44 no segundo episódio.

Também recorreu-se menos à interação e à "trollagem", justamente as principais novidades do formato desenvolvido pela emissora. Ao interromperem menos o andamento da história, foi possível dar mais oportunidade aos atores de explorarem o texto original.

tomaraquecaiaerijonsonE é ai, exatamente, que "Tomara que Caia" segue fraquejando. Mais próximo de uma comédia de situação comum, o programa depende muito de um bom texto e de um time afiado para o humor. Nem uma coisa nem outra estão acontecendo.

Com um enredo vagamente inspirado em "Doente Imaginário", de Molière (1622-1673), a comédia deste domingo girou em torno de um homem que finge morrer para ver se seus herdeiros gostam dele ou estão apenas interessados em seu dinheiro.

Empolgada na estreia, desta vez a plateia presente na gravação mal riu das poucas piadas. Para complicar, o elenco escolhido para o programa é muito irregular e, em sua maioria, está rendendo pouco.

Heloísa Périssé, Dani Valente e Fabiana Karla ainda proporcionam alguns poucos momentos de diversão, e só, até agora. Eri Johnson, Marcelo Serrado, Nando Cunha, Priscila Fantin e Ricardo Tozzi seguem travados no palco.

A audiência em São Paulo caiu bastante em relação à estreia. O programa registrou média de 10 pontos no Ibope, contra 12,9 no primeiro domingo, mas ainda assim foi líder no horário de exibição. No Rio, a queda foi menor — de 14, na estreia, para 13 neste domingo.

tomaraquecaialogo2Em tempo: Não bastassem as piadas com o "Tomara que Caia" no Twitter, muitos espectadores que são clientes da NET notaram que a descrição do programa na operadora estava sendo exibida com a logomarca adulterada para "Tomara que saia logo do ar". Segundo a NET, foi um erro operacional da empresa responsável por fornecer os dados.

Atualizado às 16h.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.