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“Os Dez Mandamentos” falha nos efeitos especiais de cena crucial

Mauricio Stycer

23/07/2015 05h01

DezMandamentosMoisesDeusUma das passagens cruciais na saga de Moisés é o momento em que, procurando uma ovelha perdida, ouve um chamado de Deus, que o encarrega de voltar ao Egito para liderar a libertação do seu povo. É só a partir deste instante que ocorrem os principais acontecimentos descritos no Velho Testamento.

Tiro o chapéu para Vivian de Oliveira por ter conseguido escrever 87 capítulos de "Os Dez Mandamentos" antes de chegar a esta cena. Não é pequeno o mérito da autora e de todos os envolvidos na produção. Sem que nada de importante, de fato, tenha acontecido até agora, a novela vem mantendo excelentos índices de audiência.

A cena exibida nesta quarta-feira (22) é a chave que coloca em movimento uma sucessão de eventos – a insurreição dos judeus, a reação do faraó Ramsés, as dez pragas, a saída do Egito e a abertura do Mar Vermelho para a fuga. Na sequência, no deserto, depois de longa peregrinação, Moisés subirá ao monte Sinai e receberá a tábua com os Dez Mandamentos.

dezmandamentosmoisesPor tudo isso, achei decepcionante a produção e a realização da cena do encontro de Moisés (Guilherme Winter) com Deus. Reconheço que é sempre complicado fazer uma representação divina. A opção da novela foi apenas por uma voz forte, enquanto o protagonista contemplava a sarça em chamas sem ser consumida pelo fogo.

Enquanto a voz lembrava a de locutor de comercial, o efeito utilizado para mostrar a sarça ardente pareceu simplório, tosco mesmo. Também estranhei o personagem dialogar com a voz sem manifestar susto, surpresa ou medo.

A boa notícia é que agora "Os Dez Mandamentos" vai deslanchar. E, como já informou a Record, cenas importantes da saga contarão com a ajuda de uma produtora americana, a Stargate, que já fez muita coisa boa em Hollywood.

Em tempo: Falei em sete pragas quando o correto são dez. O texto já foi corrigido. O capítulo desta quarta-feira registrou média de 16 pontos no Ibope na Grande São Paulo (cada ponto equivale a 67 mil residências).

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.