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“Não andamos para a frente em nenhum momento”, lamenta Irene Ravache

Mauricio Stycer

12/07/2015 13h46

alemdotempoireneravache"Além do Tempo", nova novela das 18h, de Elizabeth Jhin, traz Irene Ravache no papel da condessa Vitoria Castelinni, a grande vilã da primeira fase da história.

Substituta de "Sete Vidas", a novela estreia nesta segunda-feira (13) na Globo com uma proposta nova – a segunda parte, ambientada 150 depois, pode ser vista de forma independente desta primeira.

Em uma boa entrevista ao "Estadão", publicada neste domingo (12), a atriz conta como se preparou para o trabalho (evitou ler a sinopse da segunda parte, por exemplo), revela que não acredita em reencarnação (tema da novela), fala sobre o espaço de atores mais velhos no mercado ("nunca parei de trabalhar") e, no momento, mais interessante, reflete sobre o público brasileiro. Transcrevo abaixo a última pergunta da repórter Adriana Del Ré e a resposta de Irene Ravache

O beijo do casal Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg no primeiro capítulo de Babilônia causou polêmica. Em entrevista, Gilberto Braga acredita que o Brasil hoje está mais careta, e Marieta Severo vê um conservadorismo. Você acha que o País encaretou? Andamos para trás?
Não acho que a gente tenha andado para a frente em nenhum momento. Acho que somos isso mesmo, somos muito conservadores: 'é bacana ali, mas com minha filha não'; 'sou a favor dos passioneclaradireitos dos gays, desde que não seja com meu filho'. Me parece que é assim, não vi grandes mudanças nisso, não. E quer dizer que um personagem que mata, que é extremamente vilão, perigoso, ele pode? Mas isso não é de agora. Fiz uma novela do Silvio de Abreu, 'Passione', e ninguém podia ser pior do que a personagem da Mariana Ximenes (à dir.). Caráter zero. Matava, botava fogo. E as pessoas escreviam para o Silvio pedindo para ele deixá-­la terminar (a novela), que estava tão boazinha, tão linda. E ela não se redime, é ruim de marré-­de-­si. Aí você começa a entender algumas coisas do brasileiro, olha como somos esquisitos.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.