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Andressa Urach acrescenta 30 minutos de drama ao dramático “Domingo Show”

Mauricio Stycer

12/07/2015 19h01

AndressaUrachEusobrevivi1. Gabriela, de 13 anos, menina pobre do interior de Pernambuco, realizou o sonho de conhecer MC Gui. 2. Uma mulher de 32 anos com corpo de bebê recebeu diagnóstico de sua doença pela primeira vez. 3. Dedé Santana garantiu que não está sofrendo de depressão. 4. Jovem cearense, com pai alcoolotra, realizou o sonho de cantar no palco e ainda ajudar o pai.

Geraldocrianca32anos1Estas quatro histórias ocuparam as primeiras quatro horas, entre 11h e 15h, do "Domingo Show" esta semana. Como de hábito, Geraldo Luis transformou cada um destes casos tristes em melodramas rasgados, estendendo-os muito além do necessário com o suspense e o assistencialismo de sempre.

Às 15h, finalmente, Geraldo apresentou a nova atração do programa, o quadro "Eu Sobrevivi", sob o comando de Andressa Urach. Por 30 minutos, então, ela contou a história de Aline, uma jovem que levou seis tiros do namorado quando tinha 16 anos e hoje, cinco anos depois, deu a volta por cima.

O nome do quadro é uma referência à trajetória da própria Andressa Urach. Como se sabe, a segunda colocação no concurso Miss Bumbum serviu de trampolim para uma carreira barulhenta no mundo das celebridades, só interrompida pelos graves problemas de saúde causados por aplicação de hidrogel no corpo.

A modelo não apenas sobreviveu como trocou a vida pregressa pelas palavras de Deus, bem como mudou da RedeTV! para a Rede Record. Depois de circular pelo programa "Fala Que Eu Te Escuto", dando depoimentos sobre a sua conversão, ela agora tem o quadro "Eu Sobrevivi" para chamar de seu no "Domingo Show".

O problema, como se viu, é que depois de quatro horas de exploração da miséria, os 30 minutos de Andressa Urach não acrescentam absolutamente nada ao programa. É apenas mais do mesmo,  monótono e entediante. Anestesiado por tanta tragédia exibida antes, o espectador deve ter sentido sono com o drama mostrado pela nova repórter do "Domingo Show".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.