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Globo aposta em remake de Amores Roubados nos EUA, conta herdeiro do grupo

Mauricio Stycer

29/06/2015 05h01


Um dos maiores sucessos na televisão em 2014, a série "Amores Roubados" é um dos trunfos da Globo em seu objetivo de adotar uma política mais "agressiva" no mercado externo.

RobertoMarinhoNetoA intenção foi revelada por Roberto Marinho Neto (dir.), hoje atuando em duas áreas da Globo, esportes e internacional. Além de vender seus programas, a emissora quer intensificar diferentes tipos de parceria, tanto coproduções, quanto venda de formatos.

A série "Amores Roubados", como disse Marinho Neto, tem todas as características de um faroeste e pode, com facilidade, ser adaptada nos Estados Unidos. O diretor da Globo citou Nappa Valley, região de vinícolas na Califórnia, como o cenário onde deve ser ambientada a produção.

O blog apurou que a ideia está bem avançada. O protagonista da história, Leandro, vivido por Cauã Raymond, seria um mexicano na série americana. Vivendo na Califórnia, ele se envolveria com a mulher e a filha do dono da vinícola, bem como com uma terceira mulher. O diretor e o autor da série original, respectivamente, José Luiz Villamarin e George Moura, vão supervisionar o projeto.

Quem é

Roberto Marinho Neto é filho de Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo. Na última quinta-feira (25), ele discursou em nome do pai, na presença da presidente Dilma Rousseff, no jantar de gala oferecido pela emissora aos participantes de um evento promovido pela Academia de Televisão, Artes e Ciências, a mesma que concede o prêmio Emmy.

Como os demais herdeiros do Grupo Globo, Marinho Neto cumpriu um programa de formação obrigatório, que inclui estudo em universidade no exterior, MBA, experiência profissional em empresas de fora e passagens por diferentes áreas do próprio grupo.

Dificuldades em Portugal

Na sua conversa com poucos jornalistas na última sexta-feira (26), Marinho Neto revelou que a Globo hoje tem dificuldades de vender as suas novelas para alguns mercados que eram fregueses, como Portugal, por exemplo. "Um dos nossos trunfos é que a nossa programação tem a cara do Brasil", disse. "Mas isso também pode ser um problema".

Segundo ele, os portugueses hoje preferem uma novela de qualidade inferior, mas feita em Portugal, com uma história que diga mais respeito à realidade deles.

elclonEssa constatação estimula a ideia de realizar coproduções internacionais. A Globo já fez algumas, como a bem-sucedida "El Clon", a partir de "O Clone", de Gloria Perez, realizada em parceria com a Telemundo (EUA) e a Caracol (Colômbia), em 2010.

Em 2014, Globo e Caracol anunciaram o plano de lançar este ano um canal pago, chamado Macondo Way, voltado ao público hispânico nos Estados Unidos. Questionado se este acordo era um exemplo da política mais "agressiva" da emissora, Marinho Neto deu a entender que os planos são bem mais ambiciosos do que isso.

O jornalista Mauricio Stycer viajou ao Rio a convite da Globo

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.