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Bacci justifica apelação na TV dizendo que “o público gosta”

Mauricio Stycer

01/04/2015 12h48

De volta a Record, depois de dez meses na Band, o apresentador Luiz Bacci foi a atração do programa de Gugu Liberato na noite de terça-feira (31). O momento alto, sobre o qual houve enorme suspense, foi a resposta que deu a um comentário feito por José Luiz Datena em janeiro, publicado em meu blog.

Antes disso, porém, Bacci repetiu um discurso que já havia feito outras vezes, tanto no "Balanço Geral", da Record, quanto no "Tá na Tela", da Band. É a ideia de que faz um programa para o povo, que mostra na televisão o que o povo quer ver.

"Exagerei nada, as pessoas têm que entender que a televisão é feita pra essa gente que nos acompanha. Quem tem que dar educação é o político que vocês elegem. A nossa função é entreter essas pessoas, com responsabilidade. É isso que eu faço desde o começo da minha carreira. Se casos curiosos são chamados de bizarros e sensacionalistas, chamem. Quem fala isso só vê TV a cabo, não é o público que gosta."

Bacci falou coisas parecidas quando discutiu seriamente no "Balanço Geral" sobre a possibilidade de Michael Jackson estar vivo. Também se defendeu das críticas com este argumento quando levou uma "caça-fantasmas" à antiga casa de Clodovil e ela "conversou" com o estilista.

Fazer programa apelativo, sensacionalista, é uma opção. O que me incomoda é o discurso populista de que "o público gosta" disso. Fazer televisão com responsabilidade não tem nada a ver com levar a sério vídeos no You Tube "provando" que Michael Jackson está vivo.

Em tempo: A participação de Bacci no Gugu rendeu média de 8,5 pontos, a melhor audiência já obtida pelo apresentador em uma terça-feira nesta nova fase na Record. Abaixo, o comentário de Bacci sobre Datena:

Nesta quarta-feira (01), Datena respondeu a Bacci e Gugu na rádio. Ouça abaixo:

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.