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Números do “Hoje em Dia” e “CQC” mostram que apresentador não faz milagre

Mauricio Stycer

19/03/2015 05h01

cqc2015

"Hoje em Dia" e "CQC" não têm nada em comum, salvo por um detalhe. No final de 2014, Record e Band, insatisfeitas com os rumos de suas atrações, tomaram uma mesma decisão drástica: trocar os apresentadores dos programas.

No matinal da Record, caíram de uma só vez os três comandantes – Celso Zucatelli, Chris Flores e Edu Guedes. No semanal da Band, o corte atingiu dois dos três apresentadores – Marcelo Tas e Dani Calabresa (Marco Luque sobreviveu).

hojeemdia2015No início de 2015, como se sabe, o "Hoje em Dia" estreou um novo trio – Cesar Filho, Ana Hickmann e Renata Alves. Depois de dois meses com as novas caras, quem comemora é o SBT. A emissora de Silvio Santos acaba de divulgar que das 48 exibições realizadas com a nova formação, entre 12 de janeiro a 18 de março, o matinal da Record ficou com a vice-liderança apenas em três. Perdeu em 45 oportunidades para os desenhos do SBT. A audiência média do "Hoje em Dia" neste período, 3,9 pontos, é idêntica à alcançada nos primeiros 48 programas de 2014.

O novo "CQC", agora com Dan Stulbach e Rafael Corteza na bancada, estreou há duas semanas. O primeiro programa teve uma audiência medíocre – 3,8 pontos. Uma semana depois, a queda foi bem maior. O Ibope registrou apenas 2,2 pontos para o programa.

Ainda é cedo para conclusões, mas os números de audiência destes dois programas confirmam, até o momento, uma ideia já defendida aqui no blog. Trocar apresentador não é solução para todos os problemas.

De maneira semelhante a times de futebol, que trocam o técnico quanto o time está jogando mal, diretores de emissoras parecem alimentar uma grande ilusão sobre o poder dos apresentadores. Como se eles fossem capazes, apenas com seu charme e carisma, de transformar atrações capengas em campeões de audiência. O buraco, parece claro, é mais embaixo.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.