Desafiado a reconquistar seu público, “Pânico” se renova sem mudar muito
Ao final de 2014, com audiência e repercussão em queda, todo mundo concordava que o "Pânico" precisava mudar para 2015. A estreia da nova temporada, neste domingo (22), mostra como este é um desafio complexo e difícil de resolver.
A questão é: como renovar um programa no ar desde 2003 sem alterar a sua essência, sem descaracterizá-lo? Como agradar ao fã-clube, ainda fiel, mas atrair novos espectadores?
De todas as novidades anunciadas pelo programa da Band, a mais ousada e que implica em mais riscos, sem dúvida, é a contratação de Tiririca. O palhaço faz um tipo de humor associado a uma tradição popular que, nos últimos anos, foi objeto de paródia do próprio "Pânico". A sua presença no programa, por isso, vai criar um "ruído" interessante.
Curiosamente, Tiririca não estreou neste domingo. O apresentador Emilio Surita avisou, assim que abriu atração, que nem todas as novidades prometidas seriam vistas na estreia. Em uma gravação, o palhaço apareceu brevemente, confirmando que estará no "Pânico" no futuro.
A maior novidade acabou sendo a estreia de uma nova imitação de Marvio Lucio, o Carioca, dedicada ao apresentador Fausto Silva. Como outros quadros do "Pânico", o "Domingão do Fausão" chamou a atenção positivamente pela excelente imitação de Carioca e negativamente pelo roteiro pobre.
Outra surpresa foi a gravação de um quadro, "Igreja do Poderoso", diante de uma grande plateia em um teatro de Paulínia (SP). A sátira a programas religiosos na TV, comandada por Eduardo Sterblitch, incluiu até a presença de uma "Andressa Ubach". "Eu tive um baque", explicou. "No passado, no Carnaval de Salvador eu transei com 70 caras, eu acho, e estou grávida de quatro deles". "Aleluia", respondeu o Poderoso.
A saída de Wellington Muniz, o Ceará, mereceu uma resposta típica do "Pânico" – uma nova imitação de Silvio Santos, também feita por Carioca, no palco, ao vivo. "O outro Silvio foi embora?", ele perguntou.
Como Ricardo Boechat e Boris Casoy em outros anos, o apresentador Luiz Bacci, da própria Band, foi brindado com uma paródia-homenagem, feita por Gui Santana. "Hora do Abate" mostrou um apresentador vaidoso, à frente de um programa sensacionalista. "Tenho compromisso com a verdade. Por que sou má… maravilhoso."
Marcas tradicionais do programa, como a trolagem aos famosos, em festas e no aeroporto, continuam sem grandes alterações. "Eu virei gay olhando a sua revista Playboy", disse Christian Pior para Hortência. Uma panicat, Mari Baianinha, foi promovida a repórter, no lugar de Nicole Bahls, e uma nova modelo, Aline, foi contratada para substituir Renata.
Um personagem dos primórdios, o Mendigo, vivido por Carlinhos da Silva, voltou. Outro humorista, Patrick Maia, estreou fazendo trollagens variadas. Daniel Zukerman mostrou, em uma reportagem séria, o trabalho de paparazzi brasileiros em Los Angeles,
O "Pânico", em resumo, me pareceu bem-sucedido no desafio de se renovar sem perder as suas marcas principais. A questão a verificar é se isso basta para reavivar o interesse pelo programa. O risco existe, como mostrou Tiririca em uma mensagem exibida no final do programa: "Tô no 'Pânico na Band'! Pior que tá não fica!".
Atualizado às 14h30: O "Pânico" estreou em 2015 com média de 4,9 pontos no Ibope, um índice mediano, mas ainda assim a melhor audiência da Band no domingo.
Veja o novo Silvio Santos do "Pânico"
Sobre o autor
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.