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Produtor do filme “Tim Maia” aprova versão da Globo: “valoriza o produto”

Mauricio Stycer

06/01/2015 17h47


Produtor do longa-metragem "Tim Maia", Rodrigo Teixeira não se surpreendeu com a adaptação drástica feita Rede Globo, exibida na forma de minissérie em dois episódios na última semana. Ao contrário, o produtor se diz satisfeito. "Valoriza o produto e tem retorno financeiro."

O produtor defende as alterações feitas pela Globo no conteúdo, como a inclusão de entrevistas e mesmo a exclusão de cenas do filme. "É legítimo ouvir o Roberto Carlos. A emissora quer audiência, não está errada." Na sua visão, a série da TV não minimiza o papel de Tim na carreira de Roberto Carlos.

"O Roberto diz no seu depoimento: 'Tim Maia cantava mais que todos nós'. Pode elogio maior que esse?", pergunta o produtor. "Nelson Motta diz no seu depoimento que Roberto Carlos lançou Tim Maia, o que também é verdade. Gravou a primeira música dele", defende.

RodrigoTeixeiraTeixeira afirma ter feito dois negócios com a Globo. Vendeu os direitos de exibição do filme, na íntegra, na televisão, bem como o de fazer a minissérie. "Foi uma oferta muito boa. E eles deixaram claro que iam mexer no filme".

Ainda segundo Teixeira, Mauro Lima, diretor do longa-metragem, trabalhou por duas semanas junto à equipe da Globo que fez a adaptação para a minissérie. "O roteiro foi submetido a ele, assim como ele soube das entrevistas que seriam feitas", diz o produtor.

"Quando li a mensagem dele no Instagram, imaginei que ia dar confusão", diz, referindo-se à recomendação de Lima para que seus seguidores não assistissem ao programa da TV. O cineasta disse posteriormente que aquela era uma mensagem privada e que não tinha a intenção de atacar o trabalho da Globo.

O filme foi visto por apenas 810 mil espectadores nos cinemas. A expectativa de Teixeira era bem maior, algo entre 1,5 milhão e 3 milhões. O produtor tinha em mente os resultados de outras cinebiografias, como "Gonzaga, de Pai para Filho" (1,4 milhão), "Cazuza, o Tempo Não Para" (3,2 milhões) e "Dois Filhos de Francisco (5,5 milhões).

"E a série da Globo foi vista por 45 milhões de pessoas", diz, estimando o público com base na boa audiência alcançada. "Quando o filme passou, ninguém falava de Tim Maia. Hoje, depois que passou na TV, virou assunto. "As pessoas agora querem ver o filme. Isso vai render."

A emissora tem o direito de exibir o longa-metragem a partir do segundo semestre de 2015.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.