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Sem citar nome da série, "Geração Brasil" esclarece cópia de "Breaking Bad"

Mauricio Stycer

04/10/2014 10h01

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Uma cena de "Geração Brasil" exibida em agosto mexeu com a imaginação dos espectadores. Na ocasião, o delegado (Oscar Magrini) reproduziu de forma muito semelhante uma situação vivida na série "Breaking Bad" pelo personagem Hector 'Tio' Salamanca.

Diante de Verônica (Thais Araujo), Aroeira finge ter sofrido um derrame e, sentado numa cadeira de rodas, não consegue falar, mas entende o que é perguntado. Exatamente como o personagem da série americana, ele responde às perguntas da jornalista apertando uma campainha (um toque significa "sim", dois toques valem por um "não").

Muitos espectadores notaram a semelhança e acusaram a Globo de plágio. Na época, escrevi que a cena havia sido tão idêntica e a série americana estava tão fresca na memória do fã, que não seria possível imitá-la sem que muita gente percebesse a cópia. Defendi que não havia sido um plágio, mas uma homenagem.

geracaobrasilveronicajonasDemorou dois meses até que os autores de "Geração Brasil", Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, esclarecessem a cena. No capítulo desta sexta-feira (03), procurando convencer Verônica (Thais Araujo) de sua inocência, Jonas Marra (Murilo Benicio) pede a Aroeira que explique por que enganou a jornalista.

"Eu te vi, você estava numa cadeira de rodas, você estava todo sequelado", diz Verônica. "Eu menti. Eu vi isso numa série americana, aquela do professor que vira bandido", responde Aroeira.

A explicação, como se vê, foi incompleta, já que o nome de "Breaking Bad" não foi mencionado. Talvez porque a série americana tenha sido exibida no Brasil pela Record, com o título "A Química do Mal", no primeiro semestre de 2014.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.