Topo

Amistoso entre Alemanha e Argentina iguala audiência da “Sessão da Tarde”

Mauricio Stycer

03/09/2014 21h35


Muita gente estranhou a decisão da Globo de exibir a partida entre Alemanha e Argentina na tarde desta quarta-feira no lugar da "Sessão da Tarde". Era um amistoso, sem nenhuma importância, e não envolvia a seleção brasileira.

galvaoalemanhaPara promover o jogo, a emissora alardeou o fato de que estariam em campo os finalistas da Copa de 2014. E escalou o seu time principal para a partida – Galvão Bueno, Casagrande e Arnaldo Cezar Coelho.

O trio, é verdade, transmitiu de um estúdio, no Brasil, com a ajuda, em Dusseldorf, da repórter Mariana Becker. Ainda assim, foi um investimento pouco comum.

Dados do Ibope na Grande São Paulo indicam que a decisão de mudar a programação não afetou muito o resultado da emissora. O jogo rendeu 10 pontos, um ponto a mais que audiência alcançada um dia antes com a enésima reprise de "Dirty Dancing". Na segunda-feira, com o filme "Cartas para Julieta", a emissora havia marcado 10 pontos.

Nos últimos meses, a audiência da Sessão da Tarde tem oscilado entre 8 e 10 pontos. Levantamento publicado em dezembro de 2013 pelo jornalista Ricardo Feltrin mostrou que esta queda ocorre de forma constante há uma década. A audiência foi de uma média de 18 pontos em 2003 para 11 no ano passado.

Os números cada vez mais baixos da programação vespertina estão estimulando testes da Globo. Foi assim, em fevereiro deste ano, com a decisão de inverter na grade Vale a Pena Ver de Novo e Sessão da Tarde.

A experiência de exibir um amistoso sem muita importância numa quarta-feira à tarde não foi um sucesso, mas também não representa um fracasso. Mostra que a Globo está tentando resolver um grande problema, mas não encontrou a solução.

Atualizado às 13h30 de 4 de setembro

Leia também
Galvão diz que faltou "equilíbrio emocional" a Dunga na Copa de 2010

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.