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Rafinha Bastos festeja centésimo Agora É Tarde mas ainda deve bom talk show

Mauricio Stycer

27/08/2014 12h24


No comando do "Agora É Tarde" desde o início de março, Rafinha Bastos promoveu uma edição comemorativa nesta terça-feira (26) que diz muito sobre os caminhos que o talk show da Band seguiu.

"Sim, eu sobrevivi a 100 programas", disse o comediante logo na abertura, brincando com o tema que o persegue desde o início – o medo de dizer alguma coisa considerada inaceitável, como foi a piada que fez com Wanessa Camargo nos tempos do "CQC".

Além da contenção, outra dificuldade que acompanha Bastos no "Agora É Tarde" é o rol de convidados com algo relevante a dizer. Ao exibir um clipe com os "melhores momentos" do programa, o apresentador optou por mostrar trechos das participações cômicas de Eduardo Sterblich (tirando as calças), Sergio Mallandro (calado), Alexandre Frota (dançando) e Boris Casoy (cantando).

É sintomático que a principal atração do programa número 100 tenha sido a jornalista Ticiana Villas Boas, apresentadora da própria Band, famosa pelas gafes no ar e pelo casamento com um empresário poderoso.

Um dos quadros da atração, o "Brasileiros que nunca se encontraram para tomar um café", teve como protagonistas Andre Vasco, também da Band, e a modelo Jaque Khury.

Vasco, por sinal, apresenta o programa "Sabe ou Não Sabe", que é muito parecido, como bem lembrou no ar o humorista Gustavo Mendes, com outra atração do "Agora É Tarde", o quadro "Vai ou Racha".

Ao final, Rafinha Bastos cantou "parabéns pra você", festejando o centésimo programa. A sua alegria é compreensível. O público, porém, tem motivos para esperar mais de um talk show.

Abaixo o clipe apresentado para lembrar os "melhores momentos"

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.