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Previsível e conservador, Emmy não deu conta da variedade da produção da TV

Mauricio Stycer

26/08/2014 00h40


Ao final de três longas horas de Emmy, "Breaking Bad" e "Modern Family" faturaram os mais importantes prêmios da noite. Foi a segunda vez seguida que a série dramática ganha o troféu e a quinta vitória consecutiva da comédia.

A sensação de mais do mesmo não ficou por aí. Bryan Cranston ganhou pela quinta vez como melhor ator em "Breaking Bad", enquanto Aaron Paul, seu parceiro em cena, faturou pela terceira vez.

Não bastasse, Jim Parsons recebeu seu quarto Emmy de melhor ator de série de comédia, pelo papel de Sheldon em "The Big Bang Theory" e Julia Louis-Dreyfus ganhou pela terceira vez seguida por sua personagem em "Veep.

Não que os premiados sejam fracos ou ruins. Muito pelo contrário. Mas diante da diversidade da produção da televisão americana nos últimos tempos, essa insistência em premiar os mesmos títulos e atores passa uma má impressão.

Concorrendo como ator em comédia por "Derek", Rick Gervais até fez piada com tanta repetição ao apresentar um outro prêmio. "Quatro anos seguidos não é justo", disse a Parsons. Cranston também foi irônico ao agradecer ao prêmio que ganhou: "Até eu pensei em votar em Matthew (McConaughey)" – o ator que concorria por sua performance em "True Detective".

Mais que previsível, a noite terminou por mostrar, mais uma vez, que os eleitores do Emmy preferem apostar no conhecido a arriscar em novidades. "True Detective", "House os Cards" e "Orange is the New Black", para citar apenas três séries, mereciam sorte melhor na noite.


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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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