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Globo culpa a Fifa por erro na cerimônia de abertura

Mauricio Stycer

12/06/2014 23h34

exoesqueletoO "Jornal Nacional" desta quinta-feira procurou explicar porque a Globo praticamente ignorou, durante a cerimônia de abertura da Copa, o "pontapé inicial" dado por um paraplégico. A experiência, conduzida pelo neurocientista Miguel Nicolelis, era um dos momentos mais aguardados da festa. Mas, como disse Patricia Poeta, "durou apenas alguns segundos".

O repórter Marcos Uchoa exibiu o caderno fornecido pela Fifa a todas as emissoras com o cronograma da cerimônia de abertura. E culpou a entidade pelo que ocorreu: "Estava previsto 29 segundos para mostrar algo especial, que seria esse pontapé para lá de inusitado. Pois bem, a Fifa mostrou apenas sete segundos, algo que passou correndo."

globoonibusPara piorar, no momento em que a Fifa gerou a imagem do "pontapé inicial", a Globo dividiu a tela com a sua "câmera exclusiva" para mostrar a chegada do ônibus da seleção brasileira ao Itaquerão. O narrador Galvão Bueno destacou a informação sobre a equipe e ignorou o esperado momento que se via no estádio.

Entrevistado pela Globo, Nicolelis conformou que havia sido informado pela Fifa que teria 29 segundos para mostrar o resultado de sua pesquisa. "Pelo visto, a Fifa não estava preparada para filmar um experimento que vai ser histórico", lamentou.

O projeto do exoesqueleto – uma estrutura metálica que dá sustentação ao corpo e reage a comandos do cérebro, como andar e chutar – vem sendo desenvolvido desde 2011.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.