“Pecado Mortal” surpreende e tira vilão do armário no último capítulo
Na visão de Carlos Lombardi, "Pecado Mortal" merece ser lembrada como "uma novela diferente e ousada". Concordo e diria que o último capítulo esteve à altura do que foi exibido nos últimos oito meses.
O desfecho da trama teve um pouco de tudo. No momento mais dramático, o vilão Picasso (Victor Hugo), um policial corrupto, se matou depois de admitir que a sua obsessão por Carlão (Fernando Pavão) ao longo de toda a história era, na verdade, amor reprimido. "Morreu de vergonha", disse o herói.
Pano de fundo da novela, a perda de poder do jogo do bicho e a ascensão do tráfico de drogas nas favelas cariocas, se concluiu de forma surpreendente. Os remanescentes da família do bicheiro diversificaram os negócios ilegais e o filho mais novo entrou para a política.
As duas personagens mais honestas ao longo da trama, a promotora Patricia (Simone Spoladore) e a corregedora Das Dores (Denise Del Vechio), abandonaram suas carreiras e se envolveram com os bicheiros.
A conclusão, com o super-herói Carlão, a mulher Patricia, a ex-Doroteia (Paloma Duarte) e uma penca de crianças numa ilha do Caribe, reproduziu o clima cômico, livremente fantasioso, que Lombardi usou o tempo todo para temperar a trama policial.
Texto bom, divertido, apoiado por um elenco competente e uma produção de qualidade, "Pecado Mortal" fugiu dos clichês clássicos de último capítulo de novela ao terminar com apenas um casamento e uma dezena de mortes.
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