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No terceiro episódio,“O Caçador” acerta o passo e diz a que veio

Mauricio Stycer

26/04/2014 12h39

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O episódio de estreia de "O Caçador", há três semanas, teve a função, basicamente, de apresentar o drama do protagonista, introduzir os personagens secundários e explicar como a série iria se desenvolver. Não foi um programa dos mais empolgantes, mas permitiu ver que a história criada por Fernando Bonassi e Marçal Aquino era muito engenhosa e permitia bons desdobramentos.

No segundo episódio, o ex-policial André (Cauã Reymond) finalmente entra em ação, encarregado de encontrar um haitiano sumido no Rio de Janeiro. Ao mergulhar no pouco conhecido universo dos imigrantes ilegais, porém, "O Caçador" não me pareceu muito à vontade, reproduzindo clichês e folclore a respeito.

Nesta sexta-feira (25), finalmente, o programa mostrou a que veio. Apesar de repetir uma premissa do episódio anterior (André é enganado por quem contrata os seus serviços), "O Caçador" entregou tudo que se espera de uma série policial: texto criativo, diálogos inteligentes, boa interpretação, mistério, suspense e ação em doses certas.

cacadorkatiaEnquanto caça recompensas para sobreviver, André tenta entender a trama que o levou à prisão, no passado, por um crime que não cometeu. Como pano de fundo, há ainda a tumultuada relação com o irmão, Alexandre (Alejandro Claveaux), também policial, e com a mulher deste, Katia (Cleo Pires).

"Conexão Itália", título do episódio, conseguiu articular de maneira perfeita estes três planos em que André se move. Foram 40 minutos de excelente entretenimento, confirmando que "O Caçador", apesar do horário tardio, no fim da noite de sexta-feira, tem tudo para ser uma ótima opção na TV aberta.

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Apesar de estreia morna, "O Caçador" parece ter boa história para contar

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.