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Aplicativo do “Superstar” funciona, mas o júri não

Mauricio Stycer

14/04/2014 00h25


A boa notícia para a Globo é que, depois de muitas falhas na estreia, o aplicativo do "Superstar", finalmente, funcionou. Quase não houve reclamações de espectadores neste domingo (13).

A má notícia é que o trio de jurados escolhido para avaliar as bandas não funcionou. Ivete Sangalo, é verdade, divertiu o público com frases engraçadas e sem sentido, mas não ajudou quase nada em matéria de avaliação musical.

Explicando por que aprovou quase todos os candidatos, a cantora reconheceu que tem "personalidade zero". Num raro momento, ao criticar um grupo, lamentou que a música que cantaram tinha muita "repetição" – o que soou como piada para quem conhece vários de seus sucessos.

Como ocorreu na estreia do "Superstar", Fabio Jr. segue sem saber o que está fazendo no programa. Mal fala e, quando consegue dizer alguma coisa, não se faz compreender. Parece sempre em outra dimensão.

Já Dinho Ouro Preto, chamado por Faustão de Dado Villa-Lobos, parece o mais disposto a atuar como jurado, mas tem um repertório limitado – está sempre elogiando a "atitude" das bandas com os olhos bem abertos, mas não consegue argumentar além disso.

Além das limitações do trio, Fernanda Lima também penou, neste segundo episódio, para conseguir organizar o que poderia ser uma tarefa fácil. Cada banda selecionada precisa ter um "padrinho", mas os três jurados não conseguiam se entender a respeito. Chegou a ser engraçado ver a apresentadora, manifestando impaciência, pedir "objetividade" ao trio.

A rigor, ficou a sensação de que Ivete, Fabio Jr. e Dinho ainda não sabem — ou não entenderam – o que devem fazer durante o programa. E resolver isso talvez seja mais difícil do que solucionar o problema técnico que surgiu, há uma semana, com o aplicativo.

Em tempo (atualizado às 16h30): Pela segunda semana, "Superstar" perde no Ibope no confronto com o "Programa Silvio Santos". O placar foi 12 a 11 (11,8 a 11,2) para a atração comandada pelo dono do SBT. Na estreia, a derrota foi por décimos (12,5 a 12,2). Mais aqui.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.