Topo

Formato original, “Superstar” falha na estreia e frustra espectadores

Mauricio Stycer

07/04/2014 00h36

superstar

Cercada de muita expectativa, a estreia do concurso musical "Superstar" terminou sendo uma decepção. A nova atração da Globo nas noites de domingo enfrentou problemas justamente no aspecto que é o seu grande diferencial: o método de votação. Para piorar, no confronto direto com o "Programa Silvio Santos", do SBT, o placar foi negativo: das 23h02 à 0h04, Silvio marcou 12,5 pontos, contra 12,2 do reality.

Além dos três jurados (Dinho Ouro Preto, Fabio Jr. e Ivete Sangalo), os espectadores podem votar também, online, por meio de um aplicativo baixado em telefones e tablets. Mais interessante ainda, o peso do voto do público é maior do que o dos jurados.

Criado e lançado em Israel em 2013, "Superstar" já foi vendido para vários países. Nos EUA, será exibido pela rede ABC a partir de junho.

Talvez por excesso de procura, muita gente não conseguiu participar da votação. Foram inúmeras as reclamações no Twitter de espectadores frustrados por não conseguirem participar da brincadeira. A Globo não informou número algum durante o programa – nem dos votos em cada banda, nem de quantas pessoas estavam usando o aplicativo.

Fernanda Lima apresentou o "Superstar" com bastante naturalidade. Fez piadas, questionou os jurados e riu de alguns candidatos. Dinho Ouro Preto falou mais do que devia, interrompeu Ivete e conseguiu o feito de passar na frente de uma câmera. Ivete deu a impressão de que estava se divertindo muito, mesmo não entendendo muito de rock. Já Fabio Jr., que quase não falou, parecia estar em outro planeta.

Nem a apresentadora, nem seus assistentes, Andre Marques e Fernanda Paes Leme, fizeram qualquer menção aos problemas técnicos enfrentados pelos espectadores.

A ideia do programa é muito atraente. À medida que o grupo toca, o público vai votando no aplicativo. Se alcançar 70% de votos positivos, uma "cortina" se abre e a banda é aprovada.

A área de tecnologia da emissora tem uma semana para trabalhar até o próximo programa. Ao final da temporada, a banda vencedora ganha um prêmio de R$ 500 mil.

Atualizado às 12h23

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.