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Record muda o tom, admite “erros” e diz que “é humano querer ser número um”

Mauricio Stycer

18/03/2014 14h26


Há um ano, ao apresentar a programação de 2013 num hotel vizinho à Globo, o diretor comercial da Record, Walter Zagari, lançou a bravata: "O empresário Edir Macedo disse que, entre três e cinco anos, temos que dividir a liderança com o nosso vizinho aqui do lado".

Um ano depois, muita coisa mudou, a começar pelo local do evento. Em vez de um hotel 5 estrelas, um estúdio da própria emissora. O tom também foi outro. Quem falou em nome da Record, ao anunciar as novidades de 2014, foi o bispo Marcelo Silva, vice-presidente artístico. Ele disse que "não é algo utópico, é inerente ao ser humano querer ser a número um", mas não estabeleceu metas, nem fez promessas neste sentido.

Soando humilde, reconheceu: "Às vezes tropeçamos, às vezes erramos, mas vamos em frente". E, falando de sua vida pessoal, fez um paralelo com a Record. "Tive que trabalhar para ser o melhor pai, o melhor marido. Queremos, sim, ser a TV mais desejada, a TV número um."

Quem, curiosamente, fez um prognóstico sobre a Record foi o publicitário Roberto Justus, que apresenta dois programas na emissora, um talk show semanal que leva o seu nome e o reality "Aprendiz". Falando do que ouve no mercado publicitário, disse: "A próxima década vai ser muito promissora para a nossa emissora."

Ao dizer que está há dez anos na Record, Justus foi objeto de uma piada do diretor de Comunicação da emissora, Celso Teixeira, que lembrou o publicitário do período em que trocou a casa pelo SBT, em 2009. Justus respondeu na mesma moeda. "Saí para me aprimorar".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.