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Criadores do Porta dos Fundos não veem motivos para trocar a internet pela televisão

Mauricio Stycer

23/04/2013 05h01

Apesar do assédio da Globo e de outras emissoras, o humorístico Porta dos Fundos garante não ter planos de mudar de mídia. "A gente está muito bem na internet. Estamos muito felizes", diz Antonio Tabet (foto), um dos fundadores do canal de humor, lançado em 2012 e hoje o mais acessado do You Tube Brasil.

Ao lado de Ian SBF, também da turma que criou o Porta dos Fundos, Tabet falou sobre os planos do canal durante entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, gravada na noite de segunda-feira (22) e programada para ser exibida no dia 29, às 22h.

"A gente está onde a gente quer estar. O que a gente ganha com isso?", perguntou Tabet, também criador do site Kibe Loco, respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de migrar para TV aberta ou paga .

O assunto reapareceu diversas vezes durante a gravação da entrevista, mediada pelo jornalista Mario Sergio Conti e com a presença dos jornalistas Cristina Padiglione ("O Estado de S.Paulo"), Keila Jimenez ("Folha") e Renato Terra ("Piauí") além do ator Ricardo Corte Real e deste blogueiro, representando o UOL.

"Não teríamos liberdade na TV aberta", disse Tabet a certa altura. Em outro momento questionou se algum canal deseja contar com o programa de humor do jeito que ele é – irreverente, iconoclasta, abusado. " A pergunta não é se queremos ir para a TV, mas se a TV quer o Porta dos Fundos".

Tabet e Ian SBF falaram sobre o processo criativo do grupo, também formado por Fabio Porchat (foto) e Gregório Duvivier, entre outros humoristas. Contaram que decidem por meio de votação quais os dois vídeos que gravam semanalmente e que só há um assunto proibido: piadas com o Islã. "Não precisa", contaram.

Questionado sobre as suas influências em matéria de humor, Tabet mencionou os brasileiros Millôr Fernandes, Luis Fernando Veríssimo e Tutty Vasques, o britânico Monty Python e o canadense The Kids in the Hall.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.