Temos que tirar da frente a obrigação de entregar pontuação, afirma diretor-geral da Globo
Numa das primeiras entrevistas desde que assumiu a direção-geral da Rede Globo, em 1º de janeiro, o jornalista Carlos Henrique Schroder disse à "Folha" que não guiará sua gestão por metas de audiência. "Temos que tirar da frente a obrigação de entregar pontuação. Temos que entregar o produto. A audiência virá como consequência."
Duas questões devem ser levadas em consideração diante desta afirmação surpreendente. Primeiro, o fato de que a audiência não apenas da Globo, mas de toda TV aberta, vem enfrentando sucessivas quedas nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o faturamento com publicidade não para de crescer.
Levada ao pé da letra, a declaração do executivo pode ter consequências importantes na programação da emissora, que é líder de audiência e de mercado há mais de quatro décadas. Reproduzo abaixo o trecho da entrevista, publicada na coluna de Mônica Bergamo, na qual Schroder fala destas duas questões:
Qual é a meta do senhor na direção-geral da Globo?
Schroder – Fazer produtos com cada vez mais qualidade. Mais atraentes e que levem o telespectador a ficar na Globo.
A que o senhor atribui a queda de audiência da emissora, que fechou 2012 com a pior média de todos os tempos, 14,7 pontos na Grande São Paulo?
Estamos fazendo um longo estudo. Tem uma série de fatores extra-TV. Um dia de calor no Rio e em São Paulo hoje impacta a audiência. Um feriado, um dia de pagamento de salário… Isso tudo afeta o número de TVs ligadas. Não [atinge] só a Globo, mas a TV aberta como um todo.
Há uma meta de audiência?
Não. Temos que tirar da frente a obrigação de entregar pontuação. Temos que entregar o produto. A audiência virá como consequência.
O jornalista Flavio Ricco, do UOL, também conversou com Schroder. O relato de sua conversa pode ser lido aqui.
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