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Justiça bloqueia prêmio do vencedor do reality “Amazônia” por conta de dívidas trabalhistas

Mauricio Stycer

15/01/2013 16h55

O ex-piloto e empresário Tarso Marques venceu o reality "Amazônia", exibido nos primeiros meses de 2012 pela Record, mas não levou o prêmio que deveria receber. A Justiça do Trabalho do Paraná bloqueou R$ 362 mil com o objetivo de quitar dívidas trabalhistas de uma empresa da qual Marques é sócio.

Oficialmente, como é possível ver na foto acima, na qual Marques aparece ao lado de Victor Fasano, apresentador do reality, o prêmio recebido foi de R$ 500 mil. A diferença refere-se aos impostos devidos, pagos pelo ganhador, não pela emissora.

Ainda em fevereiro, ao identificar o nome do ex-piloto entre os participantes de "Amazônia", o juiz substituto da Vara do Trabalho de Pinhais, Lourival Barão Marques Filho, determinou que as empresas promotoras do programa – Endemol e Amora Produções – retivessem os valores que ainda deviam a Tarso Marques.

As empresas argumentaram, na ocasião, que nenhum valor era devido ao candidato, uma vez que o programa estava em andamento e ainda não havia vencedor.

Em março, ao ler que Tarso Marques havia vencido o reality, o juiz cobrou da Endemol, da Amora e da Record o depósito judicial do valor do prêmio devido ao candidato. Segundo TRT do Paraná, a decisão foi descumprida. Em agosto, porém, a Endemol depositou R$ 362.500,00.

Em dezembro, ainda segundo o TRT-PR, em audiências de conciliação relativas a seis ações trabalhistas de ex-funcionários da Marques Motorsport, as partes celebraram acordos que totalizaram o montante de R$ 301.001,00, retirado do prêmio recebido por Marques.

Procurado pelo UOL, o vencedor do reality "Amazônia" disse que ainda não havia sido informado da solução do caso, mas sabia que o prêmio estava bloqueado. Segundo o ex-piloto, a dívida que causou a ação judicial seira de uma empresa da qual ele foi fiador.

Ainda segundo Marques, a empresa Marques Motorsport, que pagou os R$ 301 mil em ações trabalhistas, pertence a seu irmão. "Estou tranqüilo. Esse dinheiro eu vou receber ainda", disse.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.