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Os 15 momentos mais inesperados, ousados e bizarros da televisão em 2012

Mauricio Stycer

18/12/2012 13h50

 

O ano de 2012 foi dos mais ricos e agitados na televisão. Foi um período de grandes novidades, várias decepções, boas e más surpresas, muito humor involuntário, momentos geniais e bestiais… É tanta coisa que este resumo do ano será dividido em quatro partes: os melhores, os piores, os que mais brilharam e os momentos mais inesperados do ano.

Listas deste tipo são sempre muito pessoais, e as minhas não são diferentes. Por isso, terei o maior prazer em acolher os comentários e observações dos leitores, apontando as injustiças das minhas escolhas e me lembrando do que esqueci. Aqui está o meu Top 15 com os mais surpreendentes de 2012:

Âncora dá um pito nos políticos: É só um buraco de rua e um secretário de Obras sem noção, mas o desabafo de Neila Medeiros, do SBT em Brasília, diante da enrolação que ouviu, entrou para a galeria dos grandes momentos da televisão. Veja aqui.

Apertem os cintos, o colunista sumiu: O vespertino "Muito +", na Band, estreou em janeiro com um acidente. Escalado para comentar as fofocas do dia, Daniel Carvalho, criador do personagem Katylene, desapareceu sem explicação. Mal de Ibope, o programa apresentado por Adriane Galisteu saiu do ar em outubro.

"Essa porra de televisão, quem manda é quem vê": O "BBB12" será lembrado como o primeiro reality show que acabou na polícia. Eliminado por "uma infração no regulamento do programa", o modelo Daniel não teve oportunidade de defesa, até Fausto Silva convidá-lo a apresentar sua versão no programa. "É o mínimo que pode acontecer. Questão de justiça", disse. "Essa porra de televisão, quem manda é quem vê", justificou. Daniel não foi ao "Domingão".

"Nós já fomos mais inteligentes": Carlos Nascimento teve os seus cinco minutos de fúria em 2012. "Ou os problemas brasileiros estão todos resolvidos ou nós nos tornamos perfeitos idiotas", começou o âncora do SBT, revoltado com a repercussão do caso do suposto estupro no "BBB" e da história de Luiza, aquela que estava no Canadá. "Nós já fomos mais inteligentes", lamentou. Veja aqui.

Um ator ao mesmo tempo em duas emissoras: Não é a primeira vez que isso ocorre, mas mostra como o mercado para atores esteve agitado em 2012. Yunes Chami apareceu simultaneamente, numa mesma noite de janeiro, nas telas da Globo e da Record, respectivamente, nas minisséries "O Brado Retumbante e "Rei Davi".

Isto é um iPad ou um espelho?:  O grande Joelmir Beting (1936-2012) protagonizou um dos momentos mais engraçados do ano na bancada do "Jornal da Band". Na volta de um intervalo, a câmera o flagrou arrumando o cabelo com um iPad. Ou terá sido com um espelho? Veja aqui.  Beting morreu no final de novembro e será lembrado como um dos mais importantes jornalistas de economia da TV brasileira.

Olimpíada de Londres, assunto "delicado" na Globo: A União da Ilha falou dos Jogos Olímpicos de Londres no Carnaval, mas a Globo não mencionou o assunto na transmissão do desfile. Sem os direitos dos Jogos, adquiridos pela Record, a Globo enfrentou vários "apagões" semelhantes ao longo do primeiro semestre. Para compensar, na abertura dos Jogos, Ana Paula Padrão, ao vivo, na Record, disse: "Você está assistindo o 'Jornal da Globo' ao vivo".

"Mostra eu de vez em quando":  Rubens Barrichello protagonizou um dos "micos" do ano. Ao trocar a F-1 pela Indy, se deu conta que não iria mais aparecer na Globo. Fez então este bizarro pedido a Tiago Leifert: "Não me deixa, não. Mostra eu (sic) de vez em quando." O apresentador respondeu: "A gente não tem os direitos de transmissão da F-Indy, mas vamos fazer o possível para mostrar as suas vitórias. Você vai ser campeão desse negócio. É nóis!" O melhor resultado do piloto foi um quarto lugar.

A filosofia do "ié-ié": Inspirado em "The Osbournes", um programa sobre a vida de Ozzy Osbourne e seus familiares, Sergio Mallandro estreou um reality show sobre o seu cotidiano, acompanhado da ex-mulher e de um filho. Ensinando a "filosofia do ié-ié", "Vida de Mallandro" foi um dos programas mais surreais exibidos em 2012. Espero que tenha uma segunda temporada no ano que vem.

A panicat careca: Sem motivo maior, a "panicat" Babi Rossi consentiu ficar careca, ao vivo, em rede nacional, levando o ibope do "Pânico" às alturas. Foi um dos momentos mais chocantes do ano. Mas não surpreendeu o público do programa: "O 'Pânico' gosta de sacanagem e o público também", lembrou Emilio Surita.

Luciana Gimenez evoca o além:  Entre tantos momentos inesquecíveis do "SuperPop", o melhor foi o debate em que a apresentadora quis saber se o espírito da irmã de Ângela Bismarchi a ajudou durante o reality "A Fazenda": "Será que a pessoa que morreu tem o poder de voltar pra Terra e estar com a pessoa amada, ajudando ou prejudicando?", perguntou Luciana ao vidente. Melhor não saber a resposta.

O topete de Justus e a cueca do Gugu: Ana Hickmann se revelou uma grande entrevistadora no "Programa da Tarde", da Record. Primeiro, em uma investigação no banheiro de Roberto Justus, descobriu que o publicitário, contra todas as evidências, não tem topete. Depois, numa entrevista bombástica com Gugu Liberato, revelou que o apresentador veste cueca limpa depois do banho.

"Eu quero a minha mãe": Depois de cinco edições da "Fazenda", a Record resolveu investir numa edição "de verão", com anônimos. Até agora, deu tudo errado. O melhor momento ocorreu durante uma confusão numa festa. Perdida, a candidata Bianca Luperini, Miss Araras, se desesperou e pediu ajuda da mãe. Veja aqui.

O fantasma do elevador: Muita gente pensava que "pegadinha" era um assunto do século passado. Silvio Santos mostrou que nada é mais atual do que uma armação tosca feita com jeito. A história de "menina-fantasma" dentro do elevador foi um dos sucessos mais surpreendentes do ano

Jornalistas ameaçam agredir repórter do CQC:  Das muitas e previsíveis confusões armadas por integrantes do programa da Band, esta foi a que mais chamou a atenção, por envolver a secretária de Estado americano Hillary Clinton e repórteres do primeiro time, em Brasília. Mauricio Meirelles ofereceu uma máscara de Carnaval para Hillary, bateu boca com jornalistas e quase apanhou.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.