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Ed Motta se irrita enquanto Boninho ouve o público do “The Voice Brasil”

Mauricio Stycer

19/11/2012 15h49

Em sua terceira etapa, agora com apresentações musicais ao vivo, o "The Voice Brasil" vive o esperado momento em que sua excelência, o público, dá as cartas e expõe seu gosto e suas preferências.

A irritação de Ed Motta com os resultados de algumas votações ajuda a dar ainda mais tempero ao programa. O músico parece não entender que a questão não é mais de ordem técnica, mas de adequação aos novos tempos. Não importa se os espectadores têm ou não conhecimentos para votar de forma adequada – o problema é que não se faz mais televisão sem a participação de quem assiste.

O diretor Boninho conhece como poucos os humores e interesses deste espectador "interativo", mas mesmo assim cometeu um erro no primeiro programa da nova etapa, exibido no domingo 4 de novembro. Deu ao público o poder de escolher um músico entre cada três que se apresentavam em sequência, mas deixou pouco tempo para a votação, o que claramente prejudicou os candidatos que cantaram em terceiro lugar. Atento à chiadeira que houve, o diretor alterou o método de votação neste domingo.

Os dois programas ao vivo, finalmente, deram oportunidade a Tiago Leifert mostrar o seu jogo de cintura. E ele saiu-se bem na tarefa, ainda que permaneça uma figura secundária na comparação com os "técnicos" (Lulu Santos, Carlinhos Brown, Claudia Leitte e Daniel).

O terceiro programa ao vivo, no domingo 25, enfrentará um novo desafio. Por conta do GP Brasil de F-1, às 14h, e do futebol, às 17h, o "The Voice Brasil" está programado para exibição em duas partes. Segundo o site da atração, na primeira parte, antes da corrida, serão realizadas as últimas quatro disputas entre três cantores. Na segunda parte, após o GP, já ocorrerão os primeiros quatro duelos entre duplas.

Com boa audiência, ótima repercussão nas redes sociais e uma segunda temporada já assegurada, "The Voice Brasil" reforça a tendência, aparentemente irrefreável, de oferecer ao espectador o poder de decidir o que quer ver na televisão. Entenda ou não do assunto. Ele precisa acreditar que tem um papel na história.

Em tempo: Um relato de tudo que aconteceu neste último domingo pode ser lido aqui.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.